domingo, 18 de abril de 2010

Música: Oh Glória!

Como escreveu meu amor num post anterior (Ah, Lisboa!), temos variadas opções culturais por aqui. Mas, não ficamos sabendo de todas ou, se soubermos, não damos a devida importância para algumas. Foi assim com um concerto do compositor português Antonio Pinho Vargas. Vocês já ouviram falar? Nós também não havíamos...
Temos uma grande amiga música que já o conhecia e, sem "querer-querendo", o citou num email e enviou o link para o site pessoal (http://www.antoniopinhovargas.com/ideias.php#226) - deem uma espiadela. Achei o cara sensacional, fora do comum, e nada "comercialzão"!

Alguns dias depois, estávamos enchendo de "inveja" esta nossa amiga música (através dos comentários deste blog descobrimos termos "enchido de inveja" mais de uma amiga música), pois tínhamos ingressos para um concerto solo dele! O espetáculo baseava-se num trabalho anterior e, conforme o próprio compositor, somente no título as músicas são as mesmas, pois, ao longo dos anos que ficara "distante" delas, ele acumulou experiência na interlocução com a música e com o instrumento (piano, neste caso). Seria realmente sensacional!

Para que todos vocês entendam minha sensação durante e após o show, acho que preciso fazer um "flashback" - quem não quiser, pode pular este parágrafo (duvido... hehehe). Há uns 2 anos, eu e meu amor fomos assistir a um concerto na CPFL cultural, em Campinas, cujas músicas foram todas atonais, ou seja, fora do padrão de música que estamos acostumados. Saímos de lá totalmente perdidos e achando horrível (lembrou-me a primeira vez que tomei cerveja...). Comentamos isso com nossa amiga música, que mostrou-nos o outro lado das músicas atonais. Fiquei com vontade de "quero-mais" (novamente, me veio a lembrança da cerveja...).

Findo o flashback, e acreditando que vocês não pularam uma linha sequer, posso dizer que o "Toninho" estudou com o compositor das músicas atonais que ouvimos no show em Campinas. Aí, juntei as peças: o que esperar de um concerto em que o músico parece ser diferente e, além disso, estudou com um compositor diferente?! Estava pronto para ouvir músicas diferentes!! Porém, sai do concerto TOTALMENTE frustrado. O cara foi mais "meloso" que Tchaikovsky... Saí de lá com a cabeça cheia e os ouvidos zunindo... Tá certo que ele deu uns "pulinhos para fora do balde", mas, nada que justificasse a envergadura d'um compositor fora-do-comum. O ponto alto, para mim, foram os comentários que fazia nas interações que teve com o público: simples, inteligentes e diferentes do que a maioria dos músicos faz. Fiquei curioso: será que fez este show porque gosta ou por questões financeiras?

Retórica pergunta!

Beijos

Um comentário:

Glória Cunha disse...

Fábio

isto parece realmente com o gosto de bebidas ...
sabe quando a gente pensa que vai tomar uma coisa e só quando está tomando se dá conta de que é outra?

o estranhamento mata qualquer prazer porque a boca está prontinha pra cerveja e desta vez veio chá ou guaraná!

pleo que conheço do António (adoro este acentinho 'errado')ele é plural; joga no jazz e no erudito contemporaneo;

fiquei aqui pensando que apresentação foi esta.
Conta mais um pouco....

foi solo?
peças só dele?
de quando?

Pelo curriculum dele e características que tenho lido na rede ele fez isto porque gosta e, espero, sem desprezar o dinheiro porque senão seria uma traição à nobre classe dos músicos...

gloria