sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Agora, só no ano que vem...

Este post é para encerrar a temporada 2010. Durante o ano, aprendemos uma PORÇÃO de coisas, e dividimos a maioria com vocês! Nem precisamos fazer a retrospectiva...

Começamos o ano como "estrelas de cinema" (vejam este vídeo) e acabamos como cuidadores de uma gata... É a vida! rrsssss

No meio disso tudo, diria que "nascemos" novamente. Só que tivemos uma infância com um pouco mais de experiência. Não sei quantas amarras soltamos, ou quantas amarramos. Nem quero saber... Importante é passar pela experiência de "brincar" com elas, e saber que elas existem!

Obrigado pelo carinho de nos acompanharem e também compartilharem suas emoções. É muito bom saber que, em nosso retorno, temos muitos amigos nos aguardando de braços abertos! E está tão perto a data! Já estou com saudades daqui...
Obrigado 2010 e que venha 2011! Muitas outras aventuras nos aguardam... Estou com saudades de ver o sol nascer na água!

Beijos

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Para cinéfilos

O peripécias também pode servir para a 7ª arte! Por que não?!

Depois do curioso caso narrado neste post, onde fomos surpreendidos por um intervalo durante uma sessão de cinema, confesso que, como "quase cinéfilos" que somos, participamos de outros tantos intervalos. E neste post, quero dividir com vocês dois filmes que realmente nos emocionaram.

1 - Dos Homens e dos Deuses
Baseado num fato real, narra parte dos acontecimentos de um mosteiro na Argélia, ao mesmo tempo em que ganham volume os movimentos radicais. Impressionante a sensibilidade, de toda a produção, em colocar num filme tamanha mensagem! Independente do tipo de filme que gostem, vale a pena parar para assistí-lo. Mas não se enganem: o filme, como bom Francês, respeita o tempo, o silêncio e todas aquelas coisas que fazem MUITA diferença, e, de quebra, respeitam o espectador...

Segue o trailer:




2 - José e Pilar
É o documentário sobre José Saramago e Pilar del Río (sua esposa). A produção consegue tirar o véu do mito, trazendo para perto as pessoas - no plural, pois a Pilar é uma figura MUITO forte na vida do José.
Depois da sessão, o produtor do filme, que também estava na sala, conversou conosco contando alguns detalhes: foram 240 horas de filmagens; existem três versões do filme (corte de 6h, 3h e a última); depois desse, nunca mais ele quer fazer documentário (dá um trabalho!!); dentre outros pormenores do dia-a-dia do José e da Pilar...
Detalhe: uma parte do filme se passa no Brasil e, durante uma sessão de autógrafos, um ilustre conterrâneo pede, DESCARADAMENTE, para um senhor franzino, adoentado, e mais do que cansado (Saramago), para desenhar um HIPOPÓTAMO como dedicatória. Pode?!!!! Caimos na risada, claro...

Sege o trailer:



Beijos

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Para Camila, Thiago e...

Um mimo, cheio de amor e carinho, para a Ca o Thiagão e a...





Um enorme beijo nesta menina que está prestes a chegar deste lado. E que tudo aquilo que foi projetado se cumpra, se não no todo, nas partes mais importantes. O progresso é lei universal. E progredir com (e no) Amor, é felicidade.

Um grande beijo

Tarefa...?

Vamos lá... Aqui quem escreve são Thiago, Camila e Luíza

Thiago e Camila todos conhecem, ou a maioria conhece, e a Luíza ainda será conhecida no final de fevereiro ou começo de março (é, a Camila está grávida de 7 meses).

Demoramos muito para escrever esse texto (saímos de Portugal no início de outubro). Confesso que não somos nada bons com as palavras. Tentamos várias vezes escrever. Começamos inúmeras vezes um texto, achávamos que estávamos no caminho certo, mas quando parávamos para ler, apagávamos tudo. E hoje sabemos que, se fossemos os peregrinos, seria IMPOSSÍVEL criarmos um espaço para compartilhar nossas aventuras com os amigos de outros lugares no mundo. Como falamos para vocês em nossa passagem por aí, transformem esse blog em um livro.

Não sei se foi mais difícil escrever esse texto ou chegar a Portugal. O Thiago assume o texto a partir desse ponto:

Meu drama começou na terça-feira que antecedeu a viagem (viajaríamos na sexta-feira). A secretária da empresa onde trabalho solicitou meu passaporte para passar algumas informações para a agência de turismo. Dez minutos após eu entregar o passaporte, veio a surpresa:

"Thiago, seu passaporte está vencido"

Tremi. Passagem comprada, férias marcadas, contagem regressiva para viajar e tudo poderia ir por água abaixo. Como eu não vi isso? O passaporte tinha vencido em maio/2010!!!!!!!!

Meia hora depois, quando os sentidos voltaram, resolvi olhar no site da polícia federal para ver se não existia um passaporte de emergência. E se eu fosse assaltado e levassem meu passaporte, eu não viajaria? Acalmei-me e tive a certeza que deveria existir sim um plano B para casos desse tipo. Achei. Passaporte de emergência, emissão em 24h. Nem almocei e fui para a polícia federal. No caminho, recebo um sms.

"Entre no site Globo.com. Sistema de emissão de passaportes está fora do ar".

Tremi pela segunda vez. Realmente tinha um problema no sistema e não estava sendo emitido passaporte. Caos no Brasil todo. Previsão de voltar o sistema: 3 dias. Alguma coisa dizia que não era para eu viajar...

Cheguei à polícia federal e tinham umas 800 pessoas na fila (não é exagero). Brigas, discussões, gente chorando pois não conseguiria viajar... Depois de 3 horas, consegui conversar com a delegada e minha única chance de viajar era o sistema voltar até quinta-feira pela manhã e a empresa emitir um carta informando que eu ia a Portugal a trabalho (esse ponto era mais fácil, pois além de turismo, eu ia conhecer nossa filial em Lisboa).

Duas noites em claro, mas a sorte sorriu para mim... O sistema voltou na quinta-feira pela manhã (eu estava lá desde as 6h da manhã). O passaporte saiu na sexta-feira à tarde. Peguei o passaporte e segui direto para o aeroporto.

Passaria por tudo isso novamente para poder curtir essa viagem maravilhosa. Não vou detalhar cada passeio que fizemos, cada hora que passamos jogando conversa fora, cada piada que contamos, pois demoraria mais de um ano para escrever. Os pontos altos:

- Estar com pessoas maravilhosas como a Cláudia e o Fábio
- Conhecer Sintra, Belém, Óbidos, Fátima, Tomar, Carcavelos, Lisboa
- Tomar vinho em Tomar (gostaram do trocadilho?)
- Assistir a festa da República com samba brasileiro
- Discutir com o dono do restaurante português que teimava que só tinha vinho português na adega (e tinha um Rio Sol)
- Conhecer uma cultura que é tão diferente da nossa, apesar de tão parecida
- Comprar cervejas do mundo inteiro, que no Brasil custam 15 reais, por 2 euros no Pingo Doce
- E mais uma vez, estar com pessoas maravilhosas como a Cláudia e o Fábio


Fabião e Claudinha, ainda dá tempo de desejar para vocês uma ótima passagem de ano, e que 2011 seja cheio de paz, saúde e, por que não, algumas aventuras...


Beijos

Valeu por tudo



Thiago, Camila e Luiza

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Algum segredo?

O texto do Doug e da Fer (10, 10 e 10!) nos deixou com uma pulga atrás da orelha...

Escreveram eles:
"Ainda faltava alguma coisa (...). Não apenas presenciamos e participamos de novas peripécias, mas também pudemos vivenciar o antes e o depois (...), percebemos que foi justamente este antes e depois que nos fazia falta quando líamos o blog."

E faz sentido. Não dividimos com vocês, em nenhum momento, nossos planos futuros e as preparações para eles. Não por não querermos fazê-lo. Simplesmente, porque quando pensamos no Peripécias, pensamos ser ele um retrato do já acontecido. Não imaginamos adiantar o que está "por fazer". Mas, achamos legal participar um pouco, ao menos neste final, do que está por vir...

E o que acontecerá?

Não temos bola de cristal. Mas, temos alguns combinados para o "futuro". Por exemplo: no início do próximo mês, a Cintia (nossa sobrinha) passará alguns dias conosco. Depois de vários meses preparando a viagem, ela conseguirá "chegar" até nós! Claro que temos uma "lista" do que podemos fazer (também, depois de termos muitos amigos conosco, estamos "craques" nisso!). E inclui passeios por Sintra, Cascais, Lisboa etc. Além, claro, de algumas surpresas que, se escrevermos aqui, não serão mais surpresas...

E os segredos da preparação que fazemos para cada pessoa que esteve conosco? Fácil: juntamos aquilo que nos agrada, misturamos com aquilo que acreditamos que nossos amigos gostem, acrescentamos algumas "cerejinhas" e pronto!
Algum ingrediente especial? Sim, alguns. Muito carinho, atenção e vontade de dividir tudo aquilo que sabemos!

Ah! não podemos esquecer de contar que passaremos a virada de ano na casa de portugueses! Assim, conheceremos pelo menos uma das formas de como festejam a data!

É isso...

Beijos

domingo, 26 de dezembro de 2010

A Grande Família

Rafael, Andréa, Erisson, Andreas, Ketlyn, Márcia, William, Wesley, Lima...
Pedro, Inez, Socorro...



... esta é a 'grande família' que nos acolheu cá em Carcavelos para a ceia e em Lisboa para o almoço das festividades natalinas!
Alegria, encontro, acolhida, abraço fraterno.
Com esta experiência re-aprendemos mais uma lição: uma família se estende para além dos laços de sangue.
Valeu! Nosso encontro foi revigorador!

Só aqui mesmo...

Existem pessoas que nasceram prontos para uma profissão. Conheço várias delas. Mas, nunca havia visto um caso desses. Vocês imaginariam uma especialidade mais adequada? hehehehe



Beijos

Fato Inusitado

O cheiro do Natal ainda está no ar... Mas, temos outro cheiro pairando por aqui.

Esquecemos de contar a vocês que, desde meados de dezembro, nossos vizinhos/companheiros/amigos foram passar umas férias no Brasil e na Argentina. E, como eles têm um bicho de estimação, deixaram-na (é fêmea) aos nossos cuidados! E teve até uma reunião para passar os detalhes!

Verdade é que estamos, desde então, cuidando de uma gata! Imaginem nós, que nunca tivemos um bicho de estimação, cuidando de uma gata! Está divertido... Ontem foi o primeiro dia em que consegui fazer um afago nela. Depois de 20 minutos ela se encheu e foi embora... Hoje (estou escrevendo da casa deles), até agora não a vimos (mas sabemos que ela está embaixo do sofá. Há meia hora...). Vamos ver até quando, pois decidimos passar o dia todo com ela (para acostumar, ou para surtar de vez - ela ou nós...).

Ah! acho que preciso contar que ela é "bem rodada". Eles (Ale e Antonio) adotaram-na enquanto moravam na África (trabalhavam para a ONU). Quando saíram de lá, a gata teve de tirar até passaporte! Bacana, não?! E tem mais carimbo que o meu e o da Cláudia juntos...E de onde ela é? Do Senegal! Portanto, adora o frio!! hehehe

Assim que conseguir tirar uma foto dela, colocarei aqui. Mas isso, depende dela...


Beijos


Conseguimos!!
A Bastet saiu para tomar um solzinho. Duas horas e meia depois de estarmos por aqui...


sábado, 25 de dezembro de 2010

10, 10 e 10!

Quem vos escreve é Douglas e Fernanda e estamos aqui para contar-lhes um pouco da nossa viagem a Portugal na companhia da Cláudia e do Fabio. Em terras lusitanas, nossa viagem durou 10 dias, mas o fato é que esta viagem já dura alguns anos. Expliquemos melhor.

Começamos nossa viagem quando a Cláudia comentou pela primeira vez, há alguns anos atrás, o seu desejo de fazer um doutorado “sanduíche” em Portugal (ou será que devemos dizer “doutoramento”? Risos). Conhecendo-a bem, sabíamos que aquele desejo, mais cedo ou mais tarde, iria se realizar. Não foi fácil, pois não foi nem na primeira nem na segunda tentativa que o desejo se realizou. Se não estamos enganados, a primeira tentativa de obtenção da bolsa de estudo foi no segundo semestre de 2008, seguida por outras tentativas no primeiro e segundo semestre de 2009. A Cláudia dizia que burocracia, regras injustas e pouco claras eram as principais causas para o insucesso. Nós, por outro lado, acreditávamos que o momento adequado não havia chegado. Tenho sempre a impressão de que as coisas não acontecem por acaso, assim como também acho que acontecem quando de fato deveriam acontecer. E aconteceu. No final de 2009, eles tiveram a confirmação da bolsa que se iniciaria em Fevereiro de 2010.

Nessa longa viagem a Portugal, passado os exames, a fase que se seguiu foi a do embarque. Deles, é claro! Infelizmente não poderíamos acompanhá-los ao aeroporto, pois eu, Douglas, estaria viajando a trabalho. Então, para nos despedirmos, combinamos um almoço no “Baby Beef” uma semana antes da viagem (Pausa para um comentário gastronômico: ainda que eles tenham comido recentemente em Miranda a melhor carne de todo Portugal, tenho certeza de que a lembrança do delicioso arroz carreteiro e do baby beef causará muita água na boca deles. Eu e a Fer moramos nos EUA por um ano e meio e sabemos muito bem o que é sentir falta da comida brasileira. Felizmente, Portugal tem ótimos cardápios, principalmente quando comparado aos EUA. Pausa encerrada.). Conversamos muito, compartilhamos experiências e nos despedimos. Foi muito gostoso.

Depois do delicioso almoço do dia 23 de Janeiro, nossa viagem ganhou uma nova dimensão, mais precisamente a partir do dia 16 de Fevereiro. Foi quando eles anunciaram pela primeira vez o blog “As peripécias d’além mar de Cláudia e Fabio” e publicaram o primeiro post. Quem não se lembra das suas peripécias para encontrar o imóvel onde foram morar (procurando imóveis). Desde então, eles postaram uma média de 9 posts por mês, quase 1 a cada 3 dias e um total de 22 vídeos e 17 álbuns de fotos*. Com tudo isso, nossa viagem ganhou mais corpo e provavelmente a de todos que acompanham o blog. Podíamos imaginar melhor como era a vida destes dois (literalmente) peregrinos (o que é ser peregrino).

Mesmo seguindo uma ordem cronológica, mesmo sendo tão detalhistas como sempre foram, os posts eram fragmentos do cotidiano deles. Ainda faltava alguma coisa e lá fomos eu e a Fer conferir o que era que faltava. Passamos dez espetaculares dias na companhia de ambos. Não faremos aqui um resumo destes 10 dias, pois eles já o fizeram muito bem e o puseram no blog (resumo dos últimos acontecimentos), assim como algumas fotos no álbum “Fer, Douglas e Nós”. O que tentaremos, se é que é possível, é descrever um pouco daquilo que não estávamos encontrando no blog.

A Cláudia e o Fabio são excelentes anfitriões. Aqueles que os visitaram depois de nós poderão reiterar o que estamos dizendo e nós estamos aqui reiterando o que o Guilherme já havia dito. Eles nos acompanharam em todas as nossas aventuras. Ou será que fomos nós que os acompanhamos nas deles? Não sei se alteramos muito o dia-a-dia deles e pedimos desculpas se o alteramos demais, mas o fato é que tivemos a sensação de estar completamente inseridos nele. Não apenas presenciamos e participamos de novas peripécias, mas também pudemos vivenciar o antes e o depois, a preparação e a recuperação de cada uma delas.

Hoje, percebemos que foi justamente este antes e depois que nos fazia falta quando líamos o blog. Uma coisa foi o vídeo do apartamento onde vivem (nossa rua), outra coisa foi poder ver conhecer o apartamento, ver a mesa preparada com o café da manhã, etc. Uma coisa foi a reclamação da Claudinha sobre a falta de receitas para variar o cardápio (ampliação do repertório gastronômico), outra coisa foi conhecer o “Pingo Doce” e o “Lidl” (dois supermercados que eles frequentam). Uma coisa foi mencionar Carcavelos e Cais do Sodré em muitos posts, outra coisa foi fazer o trajeto de “comboio” entre um ponto e outro. Tão interessante quanto tudo isso, foi também observar a dinâmica deles em cada um desses eventos.

Se antes o blog nos permitia imaginar as peripécias, ele agora nos permite entrar em cada uma delas como quem entra num livro e passa a fazer parte da história.

Os dois peregrinos já estiveram em muitos outros lugares por onde nós, infelizmente, não pudemos ir. Interessante, no entanto, é que temos a nítida sensação de tê-los acompanhado, como se pudéssemos sentir exatamente como foi, sensação que não tínhamos antes de tê-los visitado.

Cláu e Fabio, vocês foram e são pessoas maravilhosas!!! Muito obrigado por ter nos recebido em Lisboa, por ter nos acompanhado em nossas aventuras e por ter nos permitido tomar “posse” do dia-a-dia de vocês. Foi 10, 10 e 10: 10 dias maravilhosos, ao lado de vocês que são nota 10 e daqui 10 anos nos reuniremos para relembrar estes momentos preciosos e para tomar aquele fantástico vinho do Porto que compramos juntos na Quinta do Tedo na região do Douro, conforme combinamos.



Quinta do Tedo, região do Douro, Portugal.


* Data da contagem: 20 de Dezembro de 2010.

Em tempo, três adendos:

1. Agosto, Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro: CINCO, CINCO MESES para escrever o presente texto. “Shame on me”! Peço desculpas à Clau e ao Fabio por tanta demora. No último dia juntos em Portugal fizemos tantas coisas (Quando o tempo é curto fazemos muito) que é difícil justificar por que tanto tempo para escrever o texto acima. Acho que o tempo em Portugal passa mais lentamente.

2. Clau e Fabio, desejamos que aproveitem muito as semanas que lhes restam em Portugal. Não faremos nenhum comentário sobre o regresso ao Brasil porque nada poderá mudar os baixos e altos que decorrerão de uma experiência como a que vocês tiveram. O fato é que tão intenso quanto a satisfação de rever a família e os amigos, tanto quanto será as saudades de Portugal. Portanto, evitem pensar nisto neste momento e aproveitem, como sempre fizeram, cada minuto restante em Portugal.

3. Desejamos de todo coração um FELIZ NATAL a vocês. Que vocês possam refletir sobre 2010 e agradecer a Deus o quanto foram abençoados e que Papai Noel traga a vocês em 2011 um ano tão especial quanto foi este. Estamos morrendo de saudades e esperando vocês de braços abertos. Douglas e Fer.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!



Sozinho vai-se mais rápido.
Juntos, vamos mais LONGE!

Nós, no Caminho de Santiago, enquanto deixávamos nossas toalhas secando ao sol...
Foto: Sandra Crowe

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Para o Natal

Já é Natal! Caramba, como passou rápido! Faz quase um ano que aqui estamos, e temos tanto para fazer ainda! Será que dá? Acho que não... Que bom! Teremos motivos para voltar!

Provavelmente é o primeiro Natal que passamos fisicamente longe de nossos familiares e parentes - e notem que usei a palavra "familiares", pois, nossa família é MUITO maior do que aquela dos laços de sangue...

Tivemos a ideia de fazer o Peripécias para DIVIDIR aquilo que vivenciamos deste "lado". E deu certo não só como um ponto de encontro virtual, como também como uma terapia para mim e para a Cláudia... Como faz bem escrever algo para dividir com vocês! E escrever numa linguagem informal, como se estivéssemos num "buteco", é melhor ainda! Dá prazer em fazer.

E no Natal, escreveremos alguma coisa? A dúvida pairou... Acho que sim. Acho que não. Talvez... Sobre o quê escrever?

De uma certa maneira, escrevemos nossa(s) mensagem(ns) natalícias ao longo do ano. A própria ideia do Peripécias é uma mensagem de Natal: a partilha, o encontro, a novidade, o carinho, a atenção... Todos os dias deste ano foram Natal para nós: tivemos a oportunidade de antecipar o período em que se reflete a vida, e a maneira de encará-la, em algumas décadas! E tentamos dividir tudo isso!

Agora em primeira pessoa (Fabio):
Aproveitando a época de profunda comoção coletiva, e baseado nas experiências que presenciei/senti por aqui, pergunto:

Seria a Educação a ciência que mais se aproxima do ideal cristão?

Complexo, não?! Será? Esta é a tarefa de casa para o(s) próximo(s)ano(s).

Um grande beijo

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sessão terapêutica!

Hoje estou crítica-reflexiva em relação ao universo acadêmico (refiro-me a Portugal e ao Brasil) diante de tantos critérios para nos dizer o que é e o que não é, o que pode e o que não pode, o que 'deve' e o que não 'deve' ser relevante e considerado como Ciência. Acham (e nós muitas vezes também achamos) que deste lugar de poder - a academia - o que se visualiza é o conhecimento 'científico', 'puro', como se fosse possível dissociá-lo de nossa humanidade e de tudo o que, porque a ciência é do humano, está no entorno dela.
Ontem li um poema de Fernando Pessoa-Álvaro de Campos adaptado por Alexandre Costa que traduz um pouco o que, em geral, se diz-pensa neste lugar (In Grupo de Estudos dos Gêneros do Discurso – GEGe. CÍRCULO – Rodas de Conversa Bakhtiniana 2009 – Caderno de Textos e Anotações. São Carlos: Pedro & João Editores. 2009. 420p.)

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo...
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza...

Mas, como há sempre alguma pontinha de luz em algum lugar... Sempre há uma esperança!
Sempre há brechas nas quais podemos respirar e encontrar fôlego para continuar. E lutar. E defender a multiplicidade e a complexidade de conhecimentoS que nos constituem.
Em nossa profunda humanidade.
Em nossa humildade profunda.
Como gente que somos e nos fazemos a cada dia.
Ética e esteticamente.
Por isto, agradeço à querida Rosa Nunes, professora portuguesa, por nossos encontros e pelas brechas possíveis para um conhecimento outro!

Bjs, Claudinha

Nem tudo são flores

Temos (com)partilhado com nossos interlocutores as narrativas que dão a ler-ver, nossas aventuras por terras portuguesas: os patrimônios, a natureza, as gentes e coisas de gente como nós.
Foram incontáveis as boas surpresas que experienciamos nesta temporada 'cá'.
E, humanos como nós, também soubemos (e experienciamos acontecimentos singulares neste sentido) de que 'nem tudo são flores'.
Alguns excertos para explicitar esta constatação:
Atualmente Portugal é o país da Europa que tem o maior índice de violência doméstica (tema abordado, inclusive, naquele evento que contamos em outro post dos "Bonecos de Santo Aleixo", no interior do interior do Alentejo). Desafio a superar...
Em Lisboa, mais especificamente, mas também espalhado por todo o país, é comum pessoas atenderem de forma ríspida ou responderem a uma pergunta grosseiramente. Com raras exceções, em geral, depois desse primeiro impacto, ao abrirmos um sorriso e mostrarmos cordialidade em nossa intenção-ação, muito alteram em sua postura 'mal-educada'. Desafio a vencer... por nós e por eles.
Aprendemos (eu, particularmente, por inúmeras vivências cá), que a produção intelectual em Portugal (e eu diria, em muitos lugares na Europa) é relevante em minha área de conhecimento. Entretanto, quando se busca conhecimentos outros tecidos em inter-relação com outros espaço-tempos, pouco se encontra, pois fundamentalmente é 'relevante' quando se está enquadrado nos parâmetros considerados legítimos por uma dita ciência moderna. E, além disto, também as possibilidade de diálogo aberto e interlocução bakhtiniana são poucas, embora haja abertura e encontro.
Por estas e por outras, aprendemos a valorizar Portugal.
Por estas e por outras, aprendemos a (re)valorizar o Brasil.
Beijos!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

E o que aconteceu?

A maioria já está avisada, e, para quem não está, avisamos: há algum tempo conhecemos um casal, por acaso, no Capuccinos (café que frequentamos, cujos donos são dois brasileiros, de Dourados(!) - é uma história que precisaríamos contar, também...). Depois do primeiro encontro, nossa amizade foi crescendo, cada vez mais, apoiada nas coincidências dos valores morais e éticos, e maneira de lidar com a vida. E, para ajudar mais ainda, eles são nossos vizinhos! Enfim, são nossos GRANDES companheiros d'além mar: Alessandra e Antonio. Mas, isso fica para outro post... A apresentação serve para introduzir a história que relato abaixo.

Combinamos, há algum tempo, de passearmos juntos durante um final de semana. E deu certo neste. Até que enfim! Nada longe demais, apenas o suficiente para conhecermos melhor alguma outra região/cidade. E escolhemos Monsaraz. Nós - eu e Cláudia junto com a Márcia - já estivemos por lá, na volta da Espanha. A passagem foi rápida, mas, suficiente para deixarnos com vontade de voltar. Eles, nunca haviam estado lá.

Colhemos informações básicas sobre o lugar e região: vários monumentos milenares de pedra (com mais de 3.000 a.c.); o maior lago artificial da Europa; centro Oleiro (cerâmica) de Portugal; Rota do vinho alentejano(!). E outros montes de coisas... Uma das que chamou nossa atenção (na realidade, da Cláudia a princípio) foi uma apresentação de títeres tradicionais do Alentejo (similares a marionetes) que aconteceria na vila de Rosário, sábado à noite. E por quê? Porque era uma tradição perdida há anos, e resgatada há pouco tempo. E fomos vê-la. Nossa vontade de conhecer um pouco dos costumes do povo do Alentejo concretizou-se ali!

Foi razoavelmente difícil achar o local - no meio de uma região pouco habitada, à noite e durante o inverno. Resultado: não havia ninguém na rua para nos dar informação. Quando achamos, descobrimos não haver nada para comer - só havia bebidas. E estávamos com fome (principalmente o Antonio)!! Perguntamos para o dono do bar, que nos indicou um restaurante, o único que poderia estar aberto àquela hora. Encontrarmos fácil (a vila é minúscula), porém, ali também não tinha nada de comer... O que fazer? O Antonio estava verde de fome, e eu também... Títeres ou comida?

- Comida a gente vê todo dia, mas, esta apresentação...

Falou mais alto, mesmo, a oportunidade. E voltamos ao centro recreativo de Rosário.
Não sei se foi sorte ou a Providência. Mas, assim que chegamos ao centro recreativo, vimos um aglomerado de pessoas em volta de uma Van: era um vendedor de guloseimas!!! Simplesmente parado ali, em frente ao "ginásio", estava vendendo doces - a maioria do cardápio - e pães de chouriço! Não tivemos dúvida: pão de chouriço "na cabeça"!

- Quantos tem?
- Três.
- Não tem mais. (eram pequenos)
- Tome estes, que vou até em casa buscar outros.

E aconteceu: compramos os três. Entramos no bar, pedimos uma garrafa de vinho, repartimos os pães (com a mão) e, minutos depois, já com os pães acabados, chega ele novamente. Mandamos os outros três para baixo - e mais dois pastéis de nata e um doce típico da região (não lembro o nome).

Depois foi só assistir ao show. Ou melhor, ESPETÁCULO! Imaginem a atmosfera daquele lugar, onde cinema só existe em sonho, e o total de habitantes não deve chegar à 1500. Era o acontecimento do ano! Estavam todos lá!




Foi MUITO especial. Inesquecível! Nos temas da apresentação conseguia-se notar as sutilezas "psicológicas" e comportamentais: Adão e Eva; Caim e Abel; sexo com animais; festas e danças típicas; alcoolismo; violência doméstica; etc. Foi uma noite para gente simples e feita por gente simples. Nós, os únicos "intrusos", tivemos o privilégio de presenciar aquilo tudo, e fomos simplesmente surpreendidos com o que vimos e sentimos. Porém, tenho certeza que também pegamos eles de surpresa!

Beijos

A quem interessar possa

A cada passeio ou viagem que fazemos, onde quer que estejamos, este blog é presença constante... Já criou vida, fazendo parte de nosso quotidiano (e de tantas outras pessoas, que nos acessem no mundo(!) todo). Imaginem! Uma coisa que começou para manter família e amigos avisados sobre nossas histórias, quase tem vida própria. Como dizemos quase todos os dias: isso tem que ir para o blog!

E, este texto é para dividir com vocês minha enorme frustração, pois, algumas histórias ficaram para trás, por conta de outras tantas que vão acontecendo. E, temos mais um exemplo neste final de semana. A experiência vivida durante este sábado e domingo foi tão intensa, que não consigo pensar em outra coisa para escrever... Estes dois posts mais abaixo saíram à "forceps"... Enfim, fico frustrado em não dividir com vocês várias histórias que passaram. Mas, saibam, que é sempre pela boa causa de contar sobre outras, que estão acontecendo.

Claro que o(s) próximo(s) post(s) será(ão) sobre a última experiência.

Beijos

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Alguns pormenores

Já falei sobre a "esticadinha" que demos na viagem que fizemos à Foz do Côa, num dos posts mais abaixo. Mas, ela aconteceu graças a uma operação "complexa"...

Pouco antes de "embarcarmos" para a parte baixa do vale, aonde estão as inscrições rupestres (motivo de nossa visita ao Côa), um dos personagens locais - o dono da loja anexa ao centro de recepção - nos disse a respeito de Miranda. Esta cidade, fica no extremo nordeste do país, e, dentre outras coisas, possui dois atrativos imperdíveis:
1 - A carne (realmente a melhor que comemos em todo o país, e diria na Europa!)
2 - Lá existem duas línguas oficiais: o português (claro) e o Mirandês (uma mistura de castelhano, português e algumas outras que não conheço)!

Depois disso, não precisou falar mais nada. Queríamos ir. Porém, precisávamos estender o aluguel do carro. Detalhe: estávamos numa aldeia cercada de montanhas, onde o celular mal pegava (mesmo se pegasse, não estávamos com o número da central de aluguel) e sem acesso à internet.
Contamos com a ajuda de nossa guia - a Cristina - que, mesmo atrasando todo o grupo de visitantes, ligou para o escritório de turismo de Vila Nova (a maior cidade da região), e pediu o telefone da locadora. Conseguimos! Agora, precisávamos fazer o celular funcionar... Tentamos de várias maneiras, em vários lugares. Lembrei, depois de todas as opções esgotadas, que no caminho de volta, existe uma capela no alto de uma colina - a mais alta da região. Pensei: se existe uma capela, existe um caminho para chegar.
Despedimo-nos da Cristina, e lá fomos nós. Pouco após a saída da aldeia (Castelo Melhor), vi uma entrada de terra, à beira da estrada. Apesar de não estar na direção do alto da colina e, portanto, da capela, entrei. Ainda bem! Porque, era ali mesmo. Depois de 2 Km, chegamos ao topo, à capela, à vista e, adivinhem, ao sinal de celular!!!
Primeiro, ligamos para a locadora: estendemos por mais um dia. Depois, curtimos a vista e, para marcar o momento e dividirmos com vocês, tiramos uma(s) foto(s). Lugar espetacular!!


Beijos

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O que é Natal?

A gente conta, mas tem quem desconfie... De qualquer jeito, temos mais um "causo" para agregar à nossa coleção de pessoas simpáticas a alegres daqui...

Hoje, voltando de Lisboa para casa, decidimos almoçar no Cais do Sodré, onde há um restaurante bom e barato. Entramos, escolhemos o prato (carne de vitela com cenoura - o nosso picadinho) e perguntei à Cláudia: que tal um vinho? Aceitou a sugestão, e lá fomos nós procurar uma mesa.

- Aqui está bom, sem muito vento.
- Perfeito!

Servi vinho para a Cláudia e, assim que acabei de colocar em minha taça, ouço ao nosso lado:

- Um brinde! Saúde!

Nem pensamos, erguemos nossas taças e:
- Um brinde!


Um casal de senhores, que acabavam também de servir-se com o vinho, foram os responsáveis pelo gesto.

Simpático? Muito mais que isso!

Minutos depois, com o almoço já acabado (nós e eles), o senhor levanta-se e vai até o interior do restaurante. Ela, ao contrário, veio até nós. E foi aí que soubemos um pouco da história deles: ela, viúva, namora com ele há 5 anos. Ele, poeta (e acho que viúvo), namora ela há cinco também... Os dois, mais de setenta anos!! E parecem um casal de jovens, trocando abraços e carinhos sinceros... Ela ainda nos confessou que, depois de vinte anos sem um companheiro, o filho dela - único, casado, 51 anos - quis conhecer o "Dom Juan". Segundo consta, aprovou...

O senhor retornou com o café que comprara. Trocamos mais algumas palavras e foram à mesa deles, bem ao lado. Tomaram o café e, assim que se levantaram para irem embora, vieram a nós e, mais que gentilmente, nos entregaram uma poesia. Detalhe: escrita à máquina de escrever (elétrica!), com trabalho de colagem ao lado.

Nos despedimos com mais do que votos de saúde e prosperidade!

Prova, mais uma, da força que temos dentro da gente... Afinal, nos é inerente o amor!


Eis a transcriação da poesia e, mais abaixo, a foto do presente:


"Um Nascimento que marcou a Humanidade

Três Reis,
Por celestial luz
Encantados,
Montaram em seus camelos e,
Divinalmente guiados,
A um modesto estábulo,
Chegaram e,
Ficaram maravilhados,
Tinha nascido um menino,
Cuja concepção
Rodeada de mistério
Divinal
Ficaria na história universal.
Nascera JESUS CRISTO!
Nascera o NATAL!
Menino que bem cedo na vida,
Falaria de sentimentos
Que naquela época
Não era habitual.
Pregou o AMOR AO PRÓXIMO!
A IGUALDADE! A JUSTIÇA!
O CULTA DA VERDADE!
A PUREZA NA HONESTIDADE!
Passados anos, séculos,
Ó ingrata humanidade!
Se fossem cumpridos
Tais preceitos sagrados,
Hoje!
Teríamos um mundo
De seres humanos iluminados!
JESUS CRISTO
DIRIA: MEUS ABENÇOADOS FADOS!!!


Júlio Viegas
Natal, 2010"


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Não tem muito a ver, mas achei legal...

O texto abaixo não tem nada a ver com o momento atual. Muito pelo contrário. Até o tema é excêntrico, dado o motivo deste blog. Então, por que colocá-lo?
É que estava fuçando meus arquivos e encontrei ele, escrito à época da Copa do mundo. Mostra um pouco da visão futebolística daqui, e o que isso pode causar num brasileiro (eu, no caso). Não publiquei, porque achei exatamente o que escrevi acima. Mas, como agora faz parte de uma seleção "vintage" (tá na moda o termo, não?!), quis dividir com vocês...

Beijos

"Sem título - em 18/06/2010
por Fabio

Desculpem meter minha colher onde não deveria, mas, não consigo ficar calado. Tenho acompanhando todos os jogos desta copa, e estou impressionado com o que está acontecendo! Os favoritos estão deixando os apostadores de cabelos-em-pé (e bolsos vazios)!!

Escrevo este texto, no momento em que a Inglaterra, berço deste esporte, acaba de empatar com a “temida” Argélia em 0 x 0. Hoje, pela manhã, tivemos a derrota da Alemanha para a Sérvia. Ontem, a França perdeu para o México. E assim por diante... E, como se não fosse suficiente, esta copa tem a pior média de gols de TODAS! O que está acontecendo??

Desde sempre (como meus amigos portugueses gostam de falar), camisa nunca ganhou jogo. O que ganha jogo tem nome e, às vezes, sobrenome: Gol, às vezes bonito. Exceto isso, nada mais (a não ser em torneios-início da várzea, onde o nº de escanteios também conta, em caso de empate...). Nós, brasileiros, mais “espertos” que os demais, fazemos (ou fazíamos) de tudo para golear. O que valia, ao final, era ter mais gols pró do que contra. Porém, em terras distantes, onde a ciência-tecnocrata existe antes da criação do mundo, o futebol-arte começou a ser dizimado, em nome da vitória-a-qualquer-custo. Por quê? Porquê não têm jogadores de futebol na mesma quantidade/qualidade que nós temos. Daí, para um “cientista-meia-boca” chegar à conclusão de que teriam que “inventar” um esquema-tático com uma defesa INTRANSPONÍVEL, foi um passo. Ou melhor, um estalo (mais rápido que um passo)! O resto, já é sabido: como tudo o que é de fora é melhor, TODOS os times/seleções começaram a copiar este “bendito” esquema (qualquer que seja ele: 4-4-2; 3-5-2; 4-2-2-2; dá até para jogar bingo com a família...).

Estas técnicas avançadas de “futebolização” já estão mais do que disseminadas. Quem não as conhece, é só correr para a banca mais próxima e comprar seu exemplar (autografado pelo autor - digitalmente, é claro). Todo mundo sabe qual a receita de bolo. E, portanto, todo mundo está fazendo a MESMA coisa! Virou um check-list: condição física dos atletas: ok; treino tático: ok; treino técnico: ok; preleção: ok. E assim por diante... Resultado: COLOCARAM OS JOGADORES DE FUTEBOL DENTRO DE UMA CAIXA. Se sair, não serve! É simples, tá no livro...

Mas, eis que surge uma luz!! Um clarão nesta noite, que dura mais do que deve... Em recente post em seu blog, Paulo Vinícius Coelho – o PVC - foi mais uma vez MUITO feliz ao lembrar que “o antídoto contra as fortes retrancas” é o drible!! Sim, ele, o drible! Primogênito do Futebol-arte! Como podia, eu, ter esquecido! É mais do que óbvio! As defesas estão preparadas para jogadas coletivas, algumas já conhecidas. Porém, não há como se preparar para o drible. Sua essência aniquila a tentativa de se defender! E deixa o jogo muito mais agradável de ser visto. Ou alguém prefere ficar adivinhando qual esquema tático daquele time, e o que o outro poderia alterar no seu para furá-lo?

Viva o Futebol-arte!! Obrigado PVC, por me lembrar que o drible ainda tem (e terá) espaço neste esporte! Só que precisamos divulgar isso o mais rápido possível, pois corremos o perigo de que os “cientistas-tecnocratas” se apoderem deste conhecimento, e comecem a fazer dinheiro com isso. Quanto a todo mundo copiar este “esquema”, não tenho preocupação. MUITO pelo contrário! Acho que o futebol-arte também não tem...

Abraços"

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A placa

Dias atrás, rodamos por estradas nunca dantes rodadas. Por nós, claro. E conhecemos um pedacinho de Portugal que nos encantou demais! A famosa região de Tras-os-montes. Já ouviram falar, com ceteza! Estamos com saudades... A autenticidade, a singularidade, a paisagem, a receptividade, a história, o povo... Enfim, fomos "tocados" pela atmosfera do local. Ali devem estar guardados segredos que só os locais conhecem. Nós, os "turistas", nunca iremos saber... De onde vem a mágica fórmula para desnudar-se sem, contudo, mostrar tudo?
Uma imagem diz tudo. Respeito, compromisso? Talvez sim, talvez não... Estava lá. E deu vontade de dividir com vocês...

Beijos

domingo, 5 de dezembro de 2010

Voltando às origens

Esqueci de mencionar! E como poderia deixar de dizer que visitamos a cidade MAIS IMPORTANTE de Portugal, durante a viagem que descrevi no post abaixo?

Alguém adivinha qual é?

Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Guimarães, Bragança, Setúbal... Podem chutar quanto quiserem, mas, é estaticamente comprovado que para 180.000.000 de pessoas (+ ou -) a cidade de Belmonte é, disparada, a mais importante. Por quê?! Ali nasceu Pedro Álvares Cabral. Só isso... E descobrimos por acaso, num posto de informações (coisa feia, temos que admitir...). Mas, antes tarde do que nunca!

Estávamos voltando de Miranda (aquela cidade da MELHOR carne de TODO Portugal), quando decidimos passar pela Serra da Estrela. Para quem não sabe, ali existem estações de esqui e estava nevando bastante por lá... Fomos!

Como Miranda fica na fronteira de Portugal e Espanha, descemos pelas estradas de Castilla y Leon (a maior província espanhola, e terra de Dom Quixote) para ver se conseguíamos avistar alguns moinhos - e quem sabe conquistá-los! Mas, nada deles... Ao entrar novamente em Portugal, através de Vilar Formoso, já na região da Serra de Estrela, paramos no escritório de turismo - não sem antes reparar que ali, há poucos metros, ainda existe a estrutura da antiga fronteira (antes de Portugal e Espanha ingressarem na Comunidade europeia). Entramos no escritório e fomos atendidos por uma moça que, percebendo nossa brasilidade, sugeriu a cidade.

Chegamos lá em menos de 30 minutos. O centro antigo fica ao redor do Castelo que, por sua vez, fica no ponto mais alto da colina. A vila guarda surpresas, como uma sinagoga ativa e um bairro judeu de verdade (leia-se: até hoje os judeus vivem lá). Claro que existem várias menções ao Brasil, como escolas, ruas, praças. Tem até um museu contando como foi o "descobrimento" (não o visitamos). O Castelo, em ruínas, mas com sua parte externa preservada, tem em seu interior um anfiteatro construído há pouco tempo, mas, nos pareceu em perfeita harmonia com o local. Lá (no castelo) fica o posto de turismo, onde podem se informar sobre o que fazer na cidade e na Serra da Estrela. Dali, nos avisaram que as estradas no interior da Serra estavam fechadas devido à neve. Poderíamos seguir até Manteigas ou Penhas da Saúde, devendo retornar, pois não seria possível prosseguir.

Para encurtar a história, fomos para Manteigas e, na volta, pegamos uma nevasca! Era uma verdadeira parede branca à frente do carro, que não deixava acender os faróis (piorava muito!). O jeito, foi acender os faróis de neblina (ainda bem que o carro tinha!) e olhar para a faixa lateral... Mas, tudo bem. Se estou escrevendo isso, é que chegamos...

Antes de acabar, um detalhe histórico (para quem gosta): a família Cabral tem suas origens em Santarém. Mas, foi designada para cuidar do castelo de Belmonte por um rei (não sei qual). O Pedro nasceu lá e, quando morto, foi sepultado em Santarém (sua tumba está lá até hoje). Mas, suas cinzas já estão de volta ao Panteão da família que fica em Belmonte.




Estátua de Cabral, o Pedro - notem as bandeiras de Portugal (esquerda) e Brasil (direita)


Então, daqui para frente, vocês não podem dizer que não sabem qual é a principal cidade d'além mar... hehehe





Beijos

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ainda bem!

O que os homens faziam há mais de 20.000 anos atrás? Qual era o principal motivo da vida, além da sobrevivência, é claro... E nas horas vagas, com que se ocupavam? Pois foi isso que fomos saber durante esta semana, dentre outras coisas.

A Cláudia teve um encontro na Universidade do Porto e, para variar, aproveitamos para dar uma "esticadinha". Que ficaria só por um dia e acabou sendo por dois. Coisas de "xeretas" e, por que não, nosso presente de natal antecipado (ou parte dele...). E me dei conta que foi a nossa primeira viagem a sós! Caramba! Quase um ano depois...

Depois do encontro, já havíamos combinado de ir até Foz do Côa onde existem inscrições com mais de 20.000 anos!! Isso mesmo: em Portugal estão algumas das mais antigas manifestações do homem "moderno" (Homo sapiens - o que "somos" hoje). Dormimos no Porto e, logo pela manhã partimos (são mais de 4 horas de carro por estradas secundárias, além das paradas no meio). Chegamos ao local uma hora antes e, ali mesmo, ficamos sabendo de uma porção de coisas.

Inscrições em Foz do Côa - onde está o cavalo?



E nos indicaram uma outra cidade - Miranda - que fica no extremo Nordeste do país. E foi aí que a história aumentou: existem duas línguas oficiais por lá!! Repito: há, em Portugal, uma cidade com duas línguas oficiais. Sabiam? Nós já ouvimos falar, mas não sabíamos onde... Além disso, nos disseram - e depois comprovamos - que a carne de lá é uma das melhores do país (para mim é a melhor, DISPARADA, até agora!). Não tivemos dúvida: ligamos IMEDIATAMENTE para a locadora do carro e pedimos a extensão das diárias... Ainda bem!

Miranda: duas línguas...




Detalhes? Nos próximos posts.

Beijos

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Marinheiro só!

Uma das atrações em Lisboa é, sem dúvida, ouvir o fado.
E há inúmeros lugares - turísticos e os nem tanto - nos quais se pode ouvir-e-ver este estilo musical lusitano.
Dentre as várias teorias existentes sobre sua origem, a que nos parece mais convincente é a que data do século XVIII. O fado teria sido influenciado pela Modinha, outro gênero de composição portuguesa. Mas, somente em finais do século XIX é que o 'fado do marinheiro', um cancioneiro popular, passa a ser conhecido pelas ruas de Lisboa:

Fado do marinheiro

Perdido lá no mar alto
Um pobre navio andava;
Já sem bolacha e sem rumo
A fome a todos matava.

Deitaram a todos as sortes
A ver qual d'eles havia
Ser pelos outros matado
P'ró jantar daquele dia

Caiu a sorte maldita
No melhor moço que havia;
Ai como o triste chorava
Rezando à Virgem Maria.

Mas de repente o gageiro,
Vendo terra pela prôa,
Grita alegre pela gávea:
Terras , terras de Lisboa

De lá para cá, o fado cantado pelo e/ou pela fadista e acompanhado pela guitarra portuguesa ou tradicional, se configurou em um símbolo nacional, mas fundamentalmente, uma marca de Lisboa, Porto e Coimbra, lugares que têm estilos próprios de cantar-tocar o fado.

Eu e Fabio fomos umas quatro a cinco vezes em uma Tasca ouvir o fado e gostamos imenso! A tasca é uma espécie de "buteco" onde há uns poucos aperitivos e imperial (chope) ou cerveja bem gelada e outras bebidinhas, e, em geral, a partir das 21h, há pequenas apresentações de fado com gente de todo tipo - profissionais e amadores (incluindo aqui o público). Este tipo é conhecido como "Fado Vadio". Dá pra imaginar por quê?


Beijossss

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sempre dá certo

Ontem foi um belo dia. Belo, pois, vimos o sol (o frio e chuva já estão tomando a maior parte do tempo). Mas, ao final da tarde, tivemos uma "surpresa".

Mostrávamos o apartamento para uns amigos, quando, por descuido, fechamos a porta com a chave para dentro. Mas, e daí, diria um de vocês: basta abrí-la... Pois é, não é tão fácil assim...

Aqui, a maioria, se não todas as casas, possuem trancas. Isso mesmo: trancas! E, ainda por cima, nenhuma delas possui maçaneta (reparem na foto abaixo que há apenas o puxador do lado de fora). Ou seja, se a chave ficar para dentro, o chaveiro fica feliz! E como fica, pois, por um serviço desses cobram de 50 a 100 euros (depende do humor dele...).


E aí, o que fizemos?

Os amigos para quem estávamos mostrando o apartamento nos ajudaram a procurar um chaveiro (não tínhamos nenhum na nossa agenda. E mesmo se tivéssemos, não adiantaria: nossos telefones estavam dentro de casa...). Iniciamos a busca perguntando ao dono do café em frente: seu Fernando anotou num papel o telefone de um. Ligamos e, em resumo:


- Estou - atende o chaveiro.
- Boa noite. Por gentileza, o sr. poderia abrir uma porta agora?
- Ó pá. Agora não posso. Só amanhã...

E assim foi com mais um ou dois... Vendo nosso "desencanto", o seu Fernando disse que os Bombeiros fazem este tipo de serviço também. E, mais impressionante, nós mesmos poderíamos fazê-lo!

- Como assim?
- A porta está trancada ou só fechada? - perguntou ele.
- Só fechada.
- Então, com uma radiografia (chapa de raio-X), é possível abrir a porta.
- Ah! captei a ideia! É só colocar na fresta da porta e forçar o trinco! Valeu seu Fernando!

E, assim, a procura deixou de ser por um chaveiro: passou para um raio-X. Ligamos para o Antonio (nosso vizinho) que não lembrava se tinha. No veterinário, que ainda estava aberto, não havia. Nossos amigos, que vieram conhecer o apartamento, não tinham. O pessoal do café que frequentamos, também não... Nem na farmácia. Nenhuma clínica por perto. Nem ninguém... Foi aí, quando estávamos quase desiludidos, que nos liga a Alessandra (esposa do Antonio) dizendo que encontrou uma. Oba!

Pegamos e viemos tentar. Seguiram-se trinta minutos, e nada.

- Se fôssemos ladrões, morreríamos de fome - disse eu para a Cláudia

Com certeza devido ao barulho no hall, nossa vizinha de frente abre a porta e pergunta se precisamos de ajuda. Explicamos o que estava acontecendo. Tentou achar alguma solução também - até emprestou a chave - mas nada... Agradecemos. Continuamos tentando, ainda com o raio-X emprestado pela Alessandra (que na verdade era do Antonio). Foi quando a mesma vizinha abre a porta e oferece uma toalha americana de plástico (ou parte dela, pois havia cortado ao meio).

- Foi o que achei de mais próximo a um raio-X. Acho que dará certo...

Olhei para a Cláudia, que correspondeu. Acho que vai! E... foi!!! Depois de quase uma hora tentando (ou mais, não sei...) conseguimos abrir a porta.

Ligamos para todo mundo. A vizinha em frente ficou feliz. O Antonio e a Ale também. O pessoal do café, que havia emprestado até um cartão de crédito (vencido) para tentarmos forçar a porta, também ficou.

E hoje pela manhã, depois da "tiração de sarro" (óbvio), soubemos que o Antonio vai precisar da radiografia dele. Mas nós (vocês incluídos), já sabemos que não terá retorno. Tomara que ele não fique muito bravo... rrssssss

Beijos


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Metade de meia é...

Todos os nossos “hóspedes” conheceram Lisboa. Quer dizer, quase todos... Mas, a maioria não se arrependeu de deixar-se levar pelas ruas, avenidas, lugares e cafés que íamos apresentando, em meio à conversa farta e descompromissada. Em nosso último giro “turístico” pela cidade, fomos até o Castelo de São Jorge para “apresentá-lo” à Márcia, pois ela não poderia voltar sem conhecê-lo. Como fizemos com a Camila e o Thiago, deixamos ela curtir tranquila o interior das muralhas “mais que medievais” e ficamos aguardando ao lado de fora.

É claro que não ficamos “plantados” no portão. Ficamos vagando, sem direção, por entre as ruazinhas estreitas e sinuosas do bairro. Sempre atentos aos mínimos detalhes, notamos que naquela região existem muitos passarinhos em gaiola. Geralmente periquitos. Em um lugar ou outro encontramos gatos e pombos (toda a Europa que conhecemos é povoada por gatos e pombos). Mas, antropológica mesmo, é a experiência dos varais – e escrevo isso pensando na Rosaura. Ah! os varais. Aqui em Portugal, e na Itália (exceção à algumas cidades grandes), os varais fazem parte do dia-a-dia. Imaginem no Brasil, em qualquer centro de cidade, ter à altura dos olhos as roupas de alguém estendidas na janela!? Peças íntimas incluídas!! O costume é esse nestas bandas...

E foi assim que, entre os passarinhos engaiolados e gatos ariscos, a Cláudia percebeu uma preciosidade. Raríssima! Um mini-varal, parecendo "meio" improvisado, exibia um lindo par de meias. Rotas!!!

Já havia avançado mais que ela. Alcancei o final da rua quando, lá de trás, ouço: - Sorry! A voz era da Cláudia... Sorry?? Não entendi...

Ela me explicou minutos depois:

- Poxa, bem na hora, o cara abre a porta.
- Que hora?
- Eu liguei a máquina, fiquei acertando o ângulo e quando apertei o botão, ele abriu. Fui pega em flagrante: estava tirando a foto da meia! Ficou horrível!
- Deixa ver, disse eu. Ah! Vai para o blog!!

E assim foi... E assim veio...

A foto, de meia-meia (entenderam?!) e do dono “intrometido” está aí...


domingo, 21 de novembro de 2010

A foto diz tudo

Quase no final da estadia da Márcia, fizemos alguns encontros com a Alessandra e o Antonio. Acho que dois foram na casa deles. E um, o último, foi em casa. Mas, nesta oportunidade, só as mulheres se divertiram... Não sei por que.



Brincadeiras à parte, todos nos divertimos. E muito!
Os dois (a Ale e o Antonio) são pessoas maravilhosas. Agradecemos muito a eles estarem sempre ao nosso lado.

Beijos

Uma quase epopeia


Nem sei por onde começar... Tivemos tantos episódios nesta viagem com a Márcia que estou até agora "embaralhado" nas ideias. Talvez, começar pelo que mais me impressionou. Vou tentar...


Para variar, este que vos escreve estava de "bagagem" (mala, não!!) na viagem da Cláudia e da Márcia. O objetivo principal era o congresso em Málaga, Espanha. Estava agendada desde o primeiro semestre e, talvez por isso, não demos (ou eu não dei) tanta importância para o local/região. Verdade é que, como de costume, alugamos um carro para poder ter um pouco mais de liberdade. Dias antes, num encontro da Cláudia com seu co-orientador (o orientador aqui em Portugal), soube que seria "uma pena", já que estaríamos na Andalucia (Espanha), não passarmos por Córdoba e Granada. Além disso, poderíamos também ir à Mérida (Extremadura), uma cidade "mais romana que Roma". Adivinhem o que fizemos? Conhecemos todas (e mais algumas)...
Antes de Málaga, conhecemos Mérida e Córdoba. Cidades fantásticas, que eu gostaria de ir novamente. Em Mérida pode-se conhecer as ruínas do "Coliseu" e do teatro romano, ambas na mesma área - os romanos eram organizados! O Coliseu está praticamente, em ruínas. Mas o teatro é impressionante: pode ser usado a qualquer momento!

Teatro romano em Mérida - dá para ver a gente?


Já em Córdoba, dormimos no pior albergue da juventude que conhecemos em todas as nossas andanças. Mas, havia algo de bom: localização. Estava no meio do antigo bairro judeu (a Judiaria), com suas ruas "tortas", becos estreitos e sem saída. Enfim, visitamos várias vezes o mesmo lugar (mesmo sem querer fazer isso, pois nos perdíamos de vez em quando...). Para compensar, a Mesquita-Catedral estava a dois quarteirões. Não consigo, por mais que tente, descrever o que é aquilo! Basta, apenas, descrever um "acontecido": no seio da Mesquita, majestosa com seus mais de 800 arcos bi-colores, foi construída uma igreja. Resultado? Uma herança arquitetônica, antropológica e religiosa magnífica!

Mesquita-catedral de Córdoba - seus arcos bi-colores


Quanto à Málaga, não posso deixar meu fervoroso testemunho quanto ao seu passado: os prédios históricos foram deixados de lado em favor do evento (sim, participei do congresso também!). Existe uma Alcázaba (forte) no ponto mais alto da cidade que pode ser visitada, além da Catedral e outros pontos que devo desconhecer. O que posso dizer é que conhecemos o museu Picasso (Málaga é a cidade natal dele), e gostei do que vi (não sou nenhum crítico de arte. Nem quero ser...). A praia mais perto do centro lembra muito as nossas: faixa de areia extensa, com várias barraquinhas na areia, árvores. Um local que gostei muito foi o jardim (praticamente botânico, dada a variedade de espécies) próximo ao centro da cidade: é enorme! De qualquer forma, tive a sensação de que Málaga guarda seu passado com muito "carinho", mas, por outro lado, é uma cidade MUITO "para frente". Gostei.


Não sei se por obra do acaso. Fato é que o mais impressionante da viagem (pelo menos para mim), ocorreu no final. E foi em Granada. E foi na La Alhambra (que significa a Vermelha). É um complexo palaciano, que encerra uma constelação de locais interessantes. Como, por exemplo, o Palácio Carlos V e, a jóia da coroa (na minha opinião), o Palácio Nazaries. Este é fruto da arquitetura islâmica, e ostenta todos os meticulosos detalhes dos ornamentos nas paredes, nas janelas, nos jardins... Poderia-se perder todo o dia neste complexo, mas, por normas da mantenedora, o ingresso vale apenas para meio período: manhã ou tarde. Ah! detalhe: tem hora para se entrar no Palácio Nazaries. Ela vem escrita no ingresso e, se deixar passar, não entra!!

É, simplesmente, fantástico!!


Palácio Nazaries - Jardim interno



Beijos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Resumo dos últimos acontecimentos - XXII

O silêncio do blog evidencia que estávamos fora. E não só fora de casa, como fora do país... Como adiantou a Cláudia no post abaixo, fizemos uma "incursão" pela península Ibérica para, em Málaga, participar d'um congresso sobre Educação.

Saímos de casa com 2 dias de antecedência ao início do congresso - estávamos de carro. É claro que já havíamos planejado uma rota "totalmente alternativa" para irmos ao ponto "final": passamos por Elvas (ainda em Portugal), Mérida e, depois, Córdoba. Chegamos no domingo à Málaga, cidade natal do Picasso e, por que não mencionar, do Antonio Banderas... Ah! e da pimenta malagueta, claro... Acabado o congresso, na quarta-feira rumamos à Granada e também aproveitamos para ver neve na Sierra Nevada. Voltamos direto para casa, parando apenas em Monsaraz (já em Portugal).

E cada vez mais me convenço de que, apesar das grandes cidades terem seu glamour e pontos de interesse (exemplo: Roma, Veneza, Barcelona, Paris etc...) o grande "barato" da Europa são as cidades pequenas, as vilas medievais, os caminhos estreitos. Locais onde o comércio-a-qualquer-preço não chegou (nem chegará). Onde as ordas de turistas-descompromissados (aqueles que jogam lixo na rua e cospem na calçada) nem sequer ouviram falar. Nem querem...

As muralhas-fortalezas que ainda circundam o centro histórico destes locais, onde moram os nativos, são, além de charmosas, um símbolo de resistência contra o mundo do "faça-tudo-rápido-e-compre-qualquer-coisa". Ainda bem!!

Não percam os próximos capítulos...

Beijos

domingo, 7 de novembro de 2010

Uma fotografia e nada mais

Para aqueles que 'ainda' não sabem, estamos nós - eu, Fabio e Márcia (nossa hóspede) - em viagem desde a última sexta-feira. Saímos de Carcavelos em direção a Málaga, na Espanha. A razão da viagem é minha participação em um congresso...


Mas, o motivo deste post é outro!


Estávamos nós, na histórica cidade de Mérida (já na Espanha), onde ficamos por uma noite. Passeávamos pelas ruas do centro histórico e nos surpreendíamos com tantas paisagens a ver sendo, a cada passo, envolvidos pelas marcas 'romanas' naquele lugar.


Em uma delas, paramos para admirar e... fotografar!


De repente, acontece uma cena inusitada: Fabio admirava, Márcia fotogravafa e eu testava diferentes jeitos de fotografar tudo aquilo. Em meio a isto, chega um grupo com uma guia turística e "nós" ainda insistimos e ficamos um pouco mais.


Termino de fotografar e dando alguns passos (de costas) para trás em direção ao Fabio e à Márcia, paro e mostro minhas tentativas frustradas, mas destacando que a última parecia-me um pouco melhor. Ambos se aproximam, abaixam, olham e me respondem em espanhol que a foto estava boa. Isso mesmo, em espanhol!



(esta é a foto!)



Eu, estranhando a voz, olho para 'os dois' e descubro que não eram Fabio e Márcia: era um casal do grupo de turistas!

Olho ao redor e vejo os dois - Fabio e Márcia -, afastando-se rapidamente da cena e simplesmente morrendo de rir.

Peço desculpas, afasto-me, ouço o casal rir e vejo Fabio e Márcia passando mal de tanto rirem...

Imaginem a cena!

Rimos o resto da noite desta história!

... quem quiser aumentar um ponto, que conte outro conto.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vamos à bola?

Quem conhece a mim (Fabio), sabe que minha preferência esportiva não é o futebol... Mas, confesso que estou mais "antenado" neste esporte - não fanático, é claro! E, no começo desta semana, fui gentilmente convidado pela Inez - uma amiga que fizemos por cá, "trazida" pelos mesmos propósitos da Cláudia - para acompanhar seu filho a um jogo de futebol. Mas não era qualquer jogo. Tratava-se de um encontro da UEFA Champions League! É claro que aceitei!

No dia 02/11, encontrei com o Pedro, e lá fomos nós ao estádio... Assentos marcados, filas organizadas, sem nenhum problema. O estádio parecia vazio. Parecia, pois, como os torcedores do Benfica (mais fanáticos que corintianos) se vestem de vermelho e as cadeiras são vermelhas, a impressão era que estava com espaço sobrando...

Tomamos consciência da quantidade de pessoas quando começou o espetáculo que, no caso do Benfica, inicia-se pouco antes do jogo: uma águia (símbolo do clube) sobrevoa toda a arquibancada, até aterrisar, majestosa, próxima ao centro do campo. Incrível! Todos se levantam e, por onde ela passa, batem palmas, criando um efeito sonoro "3D" em todo o estádio. Dá para acompanhá-la de olhos fechados!

Pois bem, começou o jogo. Atrás de nós, estava uma família inteira, com o "vovô" sendo o "chefe da torcida". Foi engraçado ouví-lo "xingar" o juíz de "vaca mimosa" e, depois que soube que éramos brasileiros, mandar um sonoro: "Boi-Tatá do Sítio do Pica-pau Amarelo"! Um senhor muito simpático, que depois se desculpou pelos "xingos", dizendo que o "benfiquismo" era aquilo mesmo: vale tudo para apoiar o time...

Intervalo do jogo. Placar: Benfica 3 x 0 Lyon. Até aqui, era uma festa.

Um detalhe interessante era o comportamento da torcida: é bem mais "tranquila". Tem até animador, para não deixar os ânimos esfriarem!

Começou o 2º tempo e, em seguida, fizeram 4 x 0. A torcida estava toda alegre! Eu, que já assistira a um jogo do Benfica (+ou- em abril), estava vendo o mesmo filme: naquela data eles fizeram também 4 x 0! Foi contra o Herta Berlim - pela Taça Europa (espécie de 2ª divisão da Champions League). Já estava pensando em negociar meu "passe" de torcedor, pois estaticamente, minha presença garante 4 gols ao Benfica, com 100% de probabilidade...
Mas, eis que o destino garantiu outros 3 gols. Mas, para o Lyon... Quase viraram!

Saímos um pouco antes do apito final. Eu e Pedro estávamos felizes: fomos a um belo jogo de bola, num belo estádio, tudo organizado e, acima de tudo, sem violência (ao nosso lado ficaram duas torcedoras do Lyon e todo mundo respeitava-as!). Ah, se fosse assim no Brasil. Quem sabe, na copa, né?!

Beijos

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Uma questão de ciclo

Quando cá chegamos, em janeiro, passamos uns dois meses em que chovia quase que diariamente, somado ao frio cuja temperatura variava entre os 6 e 10 graus e o vento interminável.


Difícil adaptação para nós brasileiros que não estamos acostumados a este frio chuvoso por tanto tempo. Sofremos um pouco.


Para mim é como se não acabasse nunca de fazer frio, ventar e de chover: o Fabio às vezes dizia "será que não vai desligar nunca esse frio (ou essa chuva ou esse vento)?". E há algo curioso, diante deste contexto que é difícil virmos a chuva "cair em pé"! Vamos tentar fotografar um dia desses pra partilhar com vocês.


Foram uns dois meses e meio e, portanto, tivemos que aprender a conviver com esta realidade: como sair de casa e molhar menos, que tipo de guarda-chuva ter (já que tivemos vários...), dias em que é melhor ficar em casa (dias de muiiittooo vento) etc. Enfim, pra quem tem como meio de transporte os pés, foi uma descoberta e tanto!


Ademais, também aprendemos nestes dias úmidos, frios e escuros a aproveitar o que ele nos proporciona: curtir a lareira da nossa casa, bebericar vinhos nacionais, experimentar queijos e embutidos, reunir alguns amigos em casa pra jogar conversa fora - e dentro!


Além de uma beleza diferente que passamos a ver na paisagem: as árvores perdendo as folhas, diferentes flores que florecem... mudam as cores, os odores e até os humores de alguns.



(observem o chão...)


Hoje, parece-nos que este momento reinicia...





(Fotos de hoje!)


...mas, diferente do início do ano, na próxima semana teremos nova hóspede pra dividir este momento com a gente!
Beijos

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Aveiro, até que enfim!

Hoje estou saudosista... Escrevi no post abaixo sobre uma das histórias acontecidas na Itália. Agora, depois de algumas horas, me lembrei que esqueci, completamente, de escrever algo sobre nossa visita à Aveiro! Como assim, esquecer de escrever sobre Aveiro? Pois é, aconteceu...


Mas, há sempre tempo e, ainda aqui com a memória fresquinha (ou quase...) quero deixar algumas impressões sobre esta cidade linda!

Rias em Aveiro
Nossa primeira visita (depois de algum tempo voltamos com a Re e o Varlei) se deu por conta do encontro da Cláudia e da Adriana (que ainda estava por estas bandas) com a Profa. Idália (sobre isso, a Cláudia publicou neste blog). Chegamos, nos instalamos e fomos dar uma volta. Nosso hotel estava bem no centro, ao lado do mercado central (de peixe), a um quarteirão da ria principal e a dois de excelentes restaurantes. Melhor, impossível! E, ainda por cima, era limpinho e relativamente barato.

A cidade é muito charmosa: seu centro histórico é cortado por rias, formando um cenário único, preenchido pelos barcos típicos da região, os moliceiros, que hoje só têm o trabalho de levar turistas para admirarem seus encantos. Não é à toa que chamam Aveiro de a "Veneza portuguesa". Junto à ligação com o mar, criada artficialmente pelo homem, surge um estuário riquíssimo em fauna e flora. Dali, devido ao canal "estreito", também se pode admirar o movimento das águas durante a evolução das marés. Impressionante!


Não bastasse tudo isso, Aveiro é o berço dos famosos Ovos Moles (um doce à base de... que é envolvido por uma massa fina) que são a perdição de muitas pessoas. E cabe, ainda, menção mais que honrosa à Ílhavo, cidade vizinha, cujo museu marítimo conta algumas das histórias dos pescadores de bacalhau (a região é uma das principais), e também ao conjunto arquitetônico de Costa Nova do Prado, que têm em suas casas com listras nas fachadas, um dos mais pitorescos cenários urbanos do país.


As casas listradas em Costa Nova do Prado





Enfim, depois disso, estou com a consciência quase leve...


Beijos

É tanta criatividade!

Já falamos sobre nosso período na Itália algumas vezes neste blog, mas foram tantas as histórias! Acabamos esquecendo de publicar algumas boas. C'est la vie... Mas, ontem lembrei-me de uma. Vamos a ela:

Estávamos, eu e meu amor, em viagem pelo país da bota, nos meses de verão. Havíamos desfrutado da hospitalidade (e que hospitalidade!) de nossos amigos, que abriram sua casa para nós (loucos?!). Tranquilos, nos encaminhávamos para outra cidade - Bari - para o encontro que a Cláudia teria com o Prof. Ponzio. O meio para o deslocamento: avião. Razões: o custo total era mais baixo; a casa de nossos amigos fica ao lado do aeroporto de Bergamo. Decisão fácil...

Aqui na Europa, as companhias aéreas "low-cost" (de baixo custo) são uma febre - o que deverá acontecer no Brasil em pouco tempo. E, claro, nós iríamos em uma delas, a Ryanair. Para utilizá-las, é necessário certo cuidado e atenção, pois, sendo a margem de lucro apertada, imaginem o que fazem para ganhar dinheiro!? Cobram pela bagagem (de graça só uma malinha de mão, e de até 10Kg), pelo lanchinho, vendem quinquilharias durante o voo, vendem prioridade na fila (não há assento marcado - é de quem chegar primeiro). Enfim, é o preço que se paga (literalmente). Digo tudo isso, para que entendam o que se passou abaixo.

Aguardávamos nossa vez de despachar a mala, no saguão do aeroporto, totalmente lotado. Quando na fila à nossa esquerda:


- Próximo por favor - diz o atendente.

- Esta é minha mala, disse a passageira.

- Ela excede o tamanho e o peso permitido. A senhora tem de pagar para levá-la.

- Como assim? Ninguém avisou nada.

- Está tudo no site, onde a senhora comprou a passagem.

- Eu não li nada.


Sem querer perder tempo, e já mais que acostumado com a situação, ele lança:
- Senhora, é simples: quer levar a mala, pague. Caso contrário, não leva. Próximo da fila, por favor!
Aí, ela entrou em desespero. Não só pela situação, mas pelo valor cobrado (mais caro que a passagem). Cedendo seu lugar na fila, pois fora empurrada por outra pessoa da cia (os funcionários desta cia - Ryanair - são menos simpáticos que de outras), começou a tagarelar sozinha, ao lado do balcão. Não sei o que se passou, mas, como se uma "luz" caísse sobre ela, se calou, abaixou e...
Depois de se abaixar, perdemos ela de vista. O salão de check-in estava abarrotado, e ainda haviam várias pessoas entre nós. Algum tempo se passou, e nossa fila andando. Era quase nossa vez, quando, do meio da multidão ao lado, surge um ser gigante de gordo! Uma pera ambulante! Era nossa protagonista, exibindo sua estratégia: ela abriu a mala, pegou todas as roupas, e vestiu-as!!! Ficou imensa!
Aí, vocês perguntariam: deu certo? E, nós, responderíamos: sim, deu!! Não há nada nas regras da Ryanair que não permita isso. Ou seja, tiveram de engolir esta estratégia sui generis! Eu e Cláudia nos olhamos e mal contemos a risada (na realidade rimos mesmo...). Mas ela resolveu seu problema, é isso que interessava...


Ela ficou parecida com isso:

fonte: notícias r7 (este link, acessado em 28.out.2010)





Depois dessa, compramos uma balança. Não gosto de me fantasiar de pera todas as vezes que viajo...






Beijo

domingo, 24 de outubro de 2010

Santiago - o retorno

Não sei se já contamos, mas, de qualquer forma, vale a pena re-re-recontar...

Como bem sabem (ou deveriam saber...) nos é muito grata a recordação da peregrinação que fizemos à Santiago de Compostela. Pelo caminho, pela beleza, pelas diversidades, pela experiência, pela aula de vida que vivenciamos. E, para nossa felicidade, quando da visita da Re e do Varlei, tivemos o privilégio de refazer o trajeto, só que de carro. Não foi exatamente o mesmo, uma vez que o carro não entra em trechos que se anda a pé (é óbvio!!) e, além disso, não era esse o principal motivo da viagem. Porém, valeu demais!


O reencontro com os lugares onde estivemos, em condições totalmente diferentes, foi emocionante! Conseguimos, inclusive, passar em alguns trechos com o carro que havíamos feito a pé. Em determinado ponto, estacionamos o carro à mesma sombra que havíamos descansado durante a peregrinação. Dormimos na mesma cidade (Ponte de Lima). Entramos em Santiago pela mesma porta que utilizamos quando a pé - só aconteceu porque nos perdemos (destino?). Almoçamos no mesmo restaurante que comemos quando chegamos à Valença do Minho - depois, descobrimos que usamos a mesma mesa! Enfim, foi muito gostoso este reencontro...

Beijos

sábado, 16 de outubro de 2010

Estágio

Como sabem, estamos com familiares em casa: a Re o Varlei e o JP. Ontem, demos um descanso para os dois (Re e Varlei) e ficamos o dia todo com o pequeno. Na realidade, este foi o 2º dia que ficamos com ele o dia todo... Foi praticamente um curso intensivo para pais... Mas, com uma criança destas, tudo fica mais fácil. O video abaixo explica (só um pouquinho) o porquê...

Beijos


domingo, 10 de outubro de 2010

Um sandwiche de gente

O Hostel Ferreira & Guerra informa: são bem-vindos todos aqueles que quiserem se lançar a este lado do mar... Assim o fizeram Renata, Varlei e o pimpolho JP, e, no "intermezzo" da rodada deles por outras bandas, recebemos a Camila o Thiago e o herdeiro(a) que está no stand by... É sensacional estar com a família e os amigos!

Numa das voltas que demos, com a Camila e o Thiago, estávamos tentando achar um restaurante que merecia o repeteco (a Fer e o Doug que o digam...): beira de estrada, quase escondido, mas com um "coração" de mãe! E cozinha de vó! Muito bom mesmo! Tanto fizemos que o encontramos. Já eram quase 16h e, por isso, havia dúvida se estaria aberto. Estacionamos, descemos e vimos a porta aberta. Oba! gritaria o mais desavisado... Mas, ao entrar fomos informados que não estava funcionando... Só depois das 19h. Essa, vamos ficar devendo aos dois... Mas, quem sabe um dia.
Porém, não esmorecemos! Nunca! Fomos em busca do lugar que o pessoal daquele que estava aberto, mas não funcionava, indicou. Encontramos facilmente. E ainda estava funcionando! Comida boa, garçom (ou garçon?) simpático, até o dono veio falar conosco. Há algum tempo, tiveram um funcionário brasilieiro e lá chegam vários clientes também do Brasil. Enfim, estávamos em casa... Pouco antes da chegada dos pratos, entretanto, reparamos que ao nosso lado havia uma adega ENORME! Era a "menina dos olhos" do dono do lugar. O garçom, notando nosso entusiasmo, acendeu as luzes e, após alguns segundos, abiru a porta:

- Podem entrar!
- Tá brincando?! Podemos mesmo?
- Sim, é claro.

A seleção era praticamente de Portugal, não fosse um detalhe: duas garrafas de Rio Sol (um bom vinho brasileiro). E, acreditem ou não, nem o garçom, nem o dono, sabiam que aquelas garrafas eram brasileiras!! Até teimaram com o Thiago, que os acompanhou para dentro da adega para mostrar. Depois de constatarem que realmente eram brasileiras, desfiaram um carretel de desculpas sobre como poderiam ter aparecido por ali...Foi engraçado... A melhor delas foi sobre um amigo que mora no Brasil e vive trazendo novidades... Enfim, cada um guarda aquilo que quer (o problema é que só vai contar aos outros, mais desavisados, o que quer também...).
Dentro de tantas garrafas que lá estavam, algumas saltaram aos olhos: uma coleção de vinho do porto com mais de 100 anos! É isso aí! Mais de 100 anos. A mais antiga (que eu vi) era de 1863!! Incrível! Perguntei ao dono se ainda dava para beber. Ele, no melhor estilo europeu, disse: só abrindo. Que vontade de pedir para abrir... Mas, me contive. Não queria outra resposta europeia...

Beijos

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A lenda


Estamos há mais de 8 meses nestas terras e, até agora, não falamos de um dos símbolos lusitanos. E vocês, deste lado daí, nem notaram... Ou não quiseram nos preocupar com o fato óbvio: escrever sobre o bacalhau!



A pergunta não cala: afinal, bacalhau tem cabeça?! A resposta é surpreendente!

Mas, antes, devo avisar que este texto tem como base nossa experiência gastronômica local e, também, a visita ao museu marítimo de Ílhavo (vale a visita), além duma apresentação sobre o assunto criada por Ney Deluiz (não o conheço...), que meu tio Dario (sem acento na escrita, porém com acento na pronúncia...) nos enviou por email. Portanto, diria eu que em parte das fontes é possível confiar. Na outra, acho que também...

Voltemos. Sim, o bacalhau não só possui cabeça, como possui várias! Explico: existem vários tipos de bacalhau - segundo os entendidos existem 5 espécies! Incrível não!? E nunca havíamos visto a cara deles... Já havia virado "lenda urbana"...

Mas para chegar a isso, antes foi preciso pescá-los. E aí podemos entrar, mesmo que de "raspão", numa das mais bonitas histórias que eu conheci, a dos pescadores.

Os pescadores portugueses lançavam-se aos mares gélidos da Groenlândia e adjacências, chegando até à costa do Canadá (Noruega era fácil demais...) em embarcações que fariam os Grael pensarem 2 vezes antes de subir a bordo. As condições eram MUITO precárias. O navio se dirigia até o ponto escolhido e lançava os pescadores, cada qual num barquinho de 5 metros de comprimento (chamados Dóris), que se distanciavam à procura do bacalhau, e só voltavam cheios. Puxavam os peixes na linha, nada de rede! E, para aqueles que só andam com ar-condicionado do carro ligado, acham que consultavam a previsão do tempo antes de partirem nos seus "botes"?! Muitos não voltavam... Foram anônimos que, pelas condições e por aquilo que representam ao país, são heróis!


O museu marítimo que citei acima é uma contribuição singela à sua memória (acharão bastante informações lá). E preciso citar outro detalhe que contribui para o drama da história: não bastasse as condições de trabalho, em determinada época eles foram explorados até a última gota - sobre isso, transcrevo trecho escrito por Álvaro Garrido (veja a íntegra aqui)

"Com a criação do GANPB, a 23 de Novembro de 1935, velhos
hábitos mudaram. Depois de muitas gerações partirem para os mares da Terra Nova
e da Gronelândia, sempre ansiosos, mas com a confiança de que passariam os
longos meses de campanha no navio a que estavam habituados, entre conhecidos e
sob a orientação de um capitão que, em muitos casos, os tinha escolhido
pessoalmente para a sua tripulação, as regras alteravam-se para essa
campanha."

Enfim, uma história bonita demais.

Aos vencedores, os bacalhaus!!
Beijos

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Alguma coisa pra contar?

São muitas histórias... Muitas não!? Inúmeras!!
Imaginem que no dia 22 recebemos três hóspedes-visitantes que ficarão por 30 dias. Isso mesmo, 30 dias! São minha irmã Renata, o cunhado Varlei e nosso sobinho, João Pedro. Entretanto, quando eles decidiram viajar e fecharam a data, já tínhamos previsto receber entre os dias 02 ao dia 07 de outubro um casal de amigos - o Thiago e a Camila - que viriam de São Paulo para ficar conosco uns dias e... tivemos que "despachar" a família pra outro canto enquanto trocávamos as roupas de cama e banho.
Ufa!
Nestes 14 dias, foram muitas as histórias e as aventuras que vivemos em Lisboa, Carcavelos, Oeiras, Cascais, Ponte de Lima, Valença, Santiago de Compostela, La Coruña, Tomar, Óbidos, Sintra, Fátima...
São jeitos, gostos, interesses, vontades que nos fazem curtir estes momentos junto de gente que a gente conhece.
Estamos nos organizando com fotos, vídeos e muitas histórias, MAS MUITAS MESMO!, para partilhar com vocês!
Aguardem!!
Bjs, Claudinha

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quanto vale uma imagem?

Confesso que estou com preguiça de escrever. Porém, por outro lado, estou com dor na consciência de não dividir com vocês nossas histórias... Sim, porque elas estão acontecendo com MUITO mais frenquencia do que as de postagens deste blog... Assim, achei uma maneira simples e rápida de dividir nossas últimas aventuras (e diminuir minha "culpa"): enviar uns videozinhos e apresentações. Genial, não!? Pois é... Espero que se divirtam.

Beijos



Ah! tem outro: as traquinagens do João Pedro.