Ontem foi um belo dia. Belo, pois, vimos o sol (o frio e chuva já estão tomando a maior parte do tempo). Mas, ao final da tarde, tivemos uma "surpresa".
Mostrávamos o apartamento para uns amigos, quando, por descuido, fechamos a porta com a chave para dentro. Mas, e daí, diria um de vocês: basta abrí-la... Pois é, não é tão fácil assim...
Aqui, a maioria, se não todas as casas, possuem trancas. Isso mesmo: trancas! E, ainda por cima, nenhuma delas possui maçaneta (reparem na foto abaixo que há apenas o puxador do lado de fora). Ou seja, se a chave ficar para dentro, o chaveiro fica feliz! E como fica, pois, por um serviço desses cobram de 50 a 100 euros (depende do humor dele...).
E aí, o que fizemos?
Os amigos para quem estávamos mostrando o apartamento nos ajudaram a procurar um chaveiro (não tínhamos nenhum na nossa agenda. E mesmo se tivéssemos, não adiantaria: nossos telefones estavam dentro de casa...). Iniciamos a busca perguntando ao dono do café em frente: seu Fernando anotou num papel o telefone de um. Ligamos e, em resumo:
- Estou - atende o chaveiro.
- Boa noite. Por gentileza, o sr. poderia abrir uma porta agora?
- Ó pá. Agora não posso. Só amanhã...
E assim foi com mais um ou dois... Vendo nosso "desencanto", o seu Fernando disse que os Bombeiros fazem este tipo de serviço também. E, mais impressionante, nós mesmos poderíamos fazê-lo!
- Como assim?
- A porta está trancada ou só fechada? - perguntou ele.
- Só fechada.
- Então, com uma radiografia (chapa de raio-X), é possível abrir a porta.
- Ah! captei a ideia! É só colocar na fresta da porta e forçar o trinco! Valeu seu Fernando!
E, assim, a procura deixou de ser por um chaveiro: passou para um raio-X. Ligamos para o Antonio (nosso vizinho) que não lembrava se tinha. No veterinário, que ainda estava aberto, não havia. Nossos amigos, que vieram conhecer o apartamento, não tinham. O pessoal do café que frequentamos, também não... Nem na farmácia. Nenhuma clínica por perto. Nem ninguém... Foi aí, quando estávamos quase desiludidos, que nos liga a Alessandra (esposa do Antonio) dizendo que encontrou uma. Oba!
Pegamos e viemos tentar. Seguiram-se trinta minutos, e nada.
- Se fôssemos ladrões, morreríamos de fome - disse eu para a Cláudia
Com certeza devido ao barulho no hall, nossa vizinha de frente abre a porta e pergunta se precisamos de ajuda. Explicamos o que estava acontecendo. Tentou achar alguma solução também - até emprestou a chave - mas nada... Agradecemos. Continuamos tentando, ainda com o raio-X emprestado pela Alessandra (que na verdade era do Antonio). Foi quando a mesma vizinha abre a porta e oferece uma toalha americana de plástico (ou parte dela, pois havia cortado ao meio).
- Foi o que achei de mais próximo a um raio-X. Acho que dará certo...
Olhei para a Cláudia, que correspondeu. Acho que vai! E... foi!!! Depois de quase uma hora tentando (ou mais, não sei...) conseguimos abrir a porta.
Ligamos para todo mundo. A vizinha em frente ficou feliz. O Antonio e a Ale também. O pessoal do café, que havia emprestado até um cartão de crédito (vencido) para tentarmos forçar a porta, também ficou.
E hoje pela manhã, depois da "tiração de sarro" (óbvio), soubemos que o Antonio vai precisar da radiografia dele. Mas nós (vocês incluídos), já sabemos que não terá retorno. Tomara que ele não fique muito bravo... rrssssss
Beijos
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