sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Uma questão de ciclo

Quando cá chegamos, em janeiro, passamos uns dois meses em que chovia quase que diariamente, somado ao frio cuja temperatura variava entre os 6 e 10 graus e o vento interminável.


Difícil adaptação para nós brasileiros que não estamos acostumados a este frio chuvoso por tanto tempo. Sofremos um pouco.


Para mim é como se não acabasse nunca de fazer frio, ventar e de chover: o Fabio às vezes dizia "será que não vai desligar nunca esse frio (ou essa chuva ou esse vento)?". E há algo curioso, diante deste contexto que é difícil virmos a chuva "cair em pé"! Vamos tentar fotografar um dia desses pra partilhar com vocês.


Foram uns dois meses e meio e, portanto, tivemos que aprender a conviver com esta realidade: como sair de casa e molhar menos, que tipo de guarda-chuva ter (já que tivemos vários...), dias em que é melhor ficar em casa (dias de muiiittooo vento) etc. Enfim, pra quem tem como meio de transporte os pés, foi uma descoberta e tanto!


Ademais, também aprendemos nestes dias úmidos, frios e escuros a aproveitar o que ele nos proporciona: curtir a lareira da nossa casa, bebericar vinhos nacionais, experimentar queijos e embutidos, reunir alguns amigos em casa pra jogar conversa fora - e dentro!


Além de uma beleza diferente que passamos a ver na paisagem: as árvores perdendo as folhas, diferentes flores que florecem... mudam as cores, os odores e até os humores de alguns.



(observem o chão...)


Hoje, parece-nos que este momento reinicia...





(Fotos de hoje!)


...mas, diferente do início do ano, na próxima semana teremos nova hóspede pra dividir este momento com a gente!
Beijos

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Aveiro, até que enfim!

Hoje estou saudosista... Escrevi no post abaixo sobre uma das histórias acontecidas na Itália. Agora, depois de algumas horas, me lembrei que esqueci, completamente, de escrever algo sobre nossa visita à Aveiro! Como assim, esquecer de escrever sobre Aveiro? Pois é, aconteceu...


Mas, há sempre tempo e, ainda aqui com a memória fresquinha (ou quase...) quero deixar algumas impressões sobre esta cidade linda!

Rias em Aveiro
Nossa primeira visita (depois de algum tempo voltamos com a Re e o Varlei) se deu por conta do encontro da Cláudia e da Adriana (que ainda estava por estas bandas) com a Profa. Idália (sobre isso, a Cláudia publicou neste blog). Chegamos, nos instalamos e fomos dar uma volta. Nosso hotel estava bem no centro, ao lado do mercado central (de peixe), a um quarteirão da ria principal e a dois de excelentes restaurantes. Melhor, impossível! E, ainda por cima, era limpinho e relativamente barato.

A cidade é muito charmosa: seu centro histórico é cortado por rias, formando um cenário único, preenchido pelos barcos típicos da região, os moliceiros, que hoje só têm o trabalho de levar turistas para admirarem seus encantos. Não é à toa que chamam Aveiro de a "Veneza portuguesa". Junto à ligação com o mar, criada artficialmente pelo homem, surge um estuário riquíssimo em fauna e flora. Dali, devido ao canal "estreito", também se pode admirar o movimento das águas durante a evolução das marés. Impressionante!


Não bastasse tudo isso, Aveiro é o berço dos famosos Ovos Moles (um doce à base de... que é envolvido por uma massa fina) que são a perdição de muitas pessoas. E cabe, ainda, menção mais que honrosa à Ílhavo, cidade vizinha, cujo museu marítimo conta algumas das histórias dos pescadores de bacalhau (a região é uma das principais), e também ao conjunto arquitetônico de Costa Nova do Prado, que têm em suas casas com listras nas fachadas, um dos mais pitorescos cenários urbanos do país.


As casas listradas em Costa Nova do Prado





Enfim, depois disso, estou com a consciência quase leve...


Beijos

É tanta criatividade!

Já falamos sobre nosso período na Itália algumas vezes neste blog, mas foram tantas as histórias! Acabamos esquecendo de publicar algumas boas. C'est la vie... Mas, ontem lembrei-me de uma. Vamos a ela:

Estávamos, eu e meu amor, em viagem pelo país da bota, nos meses de verão. Havíamos desfrutado da hospitalidade (e que hospitalidade!) de nossos amigos, que abriram sua casa para nós (loucos?!). Tranquilos, nos encaminhávamos para outra cidade - Bari - para o encontro que a Cláudia teria com o Prof. Ponzio. O meio para o deslocamento: avião. Razões: o custo total era mais baixo; a casa de nossos amigos fica ao lado do aeroporto de Bergamo. Decisão fácil...

Aqui na Europa, as companhias aéreas "low-cost" (de baixo custo) são uma febre - o que deverá acontecer no Brasil em pouco tempo. E, claro, nós iríamos em uma delas, a Ryanair. Para utilizá-las, é necessário certo cuidado e atenção, pois, sendo a margem de lucro apertada, imaginem o que fazem para ganhar dinheiro!? Cobram pela bagagem (de graça só uma malinha de mão, e de até 10Kg), pelo lanchinho, vendem quinquilharias durante o voo, vendem prioridade na fila (não há assento marcado - é de quem chegar primeiro). Enfim, é o preço que se paga (literalmente). Digo tudo isso, para que entendam o que se passou abaixo.

Aguardávamos nossa vez de despachar a mala, no saguão do aeroporto, totalmente lotado. Quando na fila à nossa esquerda:


- Próximo por favor - diz o atendente.

- Esta é minha mala, disse a passageira.

- Ela excede o tamanho e o peso permitido. A senhora tem de pagar para levá-la.

- Como assim? Ninguém avisou nada.

- Está tudo no site, onde a senhora comprou a passagem.

- Eu não li nada.


Sem querer perder tempo, e já mais que acostumado com a situação, ele lança:
- Senhora, é simples: quer levar a mala, pague. Caso contrário, não leva. Próximo da fila, por favor!
Aí, ela entrou em desespero. Não só pela situação, mas pelo valor cobrado (mais caro que a passagem). Cedendo seu lugar na fila, pois fora empurrada por outra pessoa da cia (os funcionários desta cia - Ryanair - são menos simpáticos que de outras), começou a tagarelar sozinha, ao lado do balcão. Não sei o que se passou, mas, como se uma "luz" caísse sobre ela, se calou, abaixou e...
Depois de se abaixar, perdemos ela de vista. O salão de check-in estava abarrotado, e ainda haviam várias pessoas entre nós. Algum tempo se passou, e nossa fila andando. Era quase nossa vez, quando, do meio da multidão ao lado, surge um ser gigante de gordo! Uma pera ambulante! Era nossa protagonista, exibindo sua estratégia: ela abriu a mala, pegou todas as roupas, e vestiu-as!!! Ficou imensa!
Aí, vocês perguntariam: deu certo? E, nós, responderíamos: sim, deu!! Não há nada nas regras da Ryanair que não permita isso. Ou seja, tiveram de engolir esta estratégia sui generis! Eu e Cláudia nos olhamos e mal contemos a risada (na realidade rimos mesmo...). Mas ela resolveu seu problema, é isso que interessava...


Ela ficou parecida com isso:

fonte: notícias r7 (este link, acessado em 28.out.2010)





Depois dessa, compramos uma balança. Não gosto de me fantasiar de pera todas as vezes que viajo...






Beijo

domingo, 24 de outubro de 2010

Santiago - o retorno

Não sei se já contamos, mas, de qualquer forma, vale a pena re-re-recontar...

Como bem sabem (ou deveriam saber...) nos é muito grata a recordação da peregrinação que fizemos à Santiago de Compostela. Pelo caminho, pela beleza, pelas diversidades, pela experiência, pela aula de vida que vivenciamos. E, para nossa felicidade, quando da visita da Re e do Varlei, tivemos o privilégio de refazer o trajeto, só que de carro. Não foi exatamente o mesmo, uma vez que o carro não entra em trechos que se anda a pé (é óbvio!!) e, além disso, não era esse o principal motivo da viagem. Porém, valeu demais!


O reencontro com os lugares onde estivemos, em condições totalmente diferentes, foi emocionante! Conseguimos, inclusive, passar em alguns trechos com o carro que havíamos feito a pé. Em determinado ponto, estacionamos o carro à mesma sombra que havíamos descansado durante a peregrinação. Dormimos na mesma cidade (Ponte de Lima). Entramos em Santiago pela mesma porta que utilizamos quando a pé - só aconteceu porque nos perdemos (destino?). Almoçamos no mesmo restaurante que comemos quando chegamos à Valença do Minho - depois, descobrimos que usamos a mesma mesa! Enfim, foi muito gostoso este reencontro...

Beijos

sábado, 16 de outubro de 2010

Estágio

Como sabem, estamos com familiares em casa: a Re o Varlei e o JP. Ontem, demos um descanso para os dois (Re e Varlei) e ficamos o dia todo com o pequeno. Na realidade, este foi o 2º dia que ficamos com ele o dia todo... Foi praticamente um curso intensivo para pais... Mas, com uma criança destas, tudo fica mais fácil. O video abaixo explica (só um pouquinho) o porquê...

Beijos


domingo, 10 de outubro de 2010

Um sandwiche de gente

O Hostel Ferreira & Guerra informa: são bem-vindos todos aqueles que quiserem se lançar a este lado do mar... Assim o fizeram Renata, Varlei e o pimpolho JP, e, no "intermezzo" da rodada deles por outras bandas, recebemos a Camila o Thiago e o herdeiro(a) que está no stand by... É sensacional estar com a família e os amigos!

Numa das voltas que demos, com a Camila e o Thiago, estávamos tentando achar um restaurante que merecia o repeteco (a Fer e o Doug que o digam...): beira de estrada, quase escondido, mas com um "coração" de mãe! E cozinha de vó! Muito bom mesmo! Tanto fizemos que o encontramos. Já eram quase 16h e, por isso, havia dúvida se estaria aberto. Estacionamos, descemos e vimos a porta aberta. Oba! gritaria o mais desavisado... Mas, ao entrar fomos informados que não estava funcionando... Só depois das 19h. Essa, vamos ficar devendo aos dois... Mas, quem sabe um dia.
Porém, não esmorecemos! Nunca! Fomos em busca do lugar que o pessoal daquele que estava aberto, mas não funcionava, indicou. Encontramos facilmente. E ainda estava funcionando! Comida boa, garçom (ou garçon?) simpático, até o dono veio falar conosco. Há algum tempo, tiveram um funcionário brasilieiro e lá chegam vários clientes também do Brasil. Enfim, estávamos em casa... Pouco antes da chegada dos pratos, entretanto, reparamos que ao nosso lado havia uma adega ENORME! Era a "menina dos olhos" do dono do lugar. O garçom, notando nosso entusiasmo, acendeu as luzes e, após alguns segundos, abiru a porta:

- Podem entrar!
- Tá brincando?! Podemos mesmo?
- Sim, é claro.

A seleção era praticamente de Portugal, não fosse um detalhe: duas garrafas de Rio Sol (um bom vinho brasileiro). E, acreditem ou não, nem o garçom, nem o dono, sabiam que aquelas garrafas eram brasileiras!! Até teimaram com o Thiago, que os acompanhou para dentro da adega para mostrar. Depois de constatarem que realmente eram brasileiras, desfiaram um carretel de desculpas sobre como poderiam ter aparecido por ali...Foi engraçado... A melhor delas foi sobre um amigo que mora no Brasil e vive trazendo novidades... Enfim, cada um guarda aquilo que quer (o problema é que só vai contar aos outros, mais desavisados, o que quer também...).
Dentro de tantas garrafas que lá estavam, algumas saltaram aos olhos: uma coleção de vinho do porto com mais de 100 anos! É isso aí! Mais de 100 anos. A mais antiga (que eu vi) era de 1863!! Incrível! Perguntei ao dono se ainda dava para beber. Ele, no melhor estilo europeu, disse: só abrindo. Que vontade de pedir para abrir... Mas, me contive. Não queria outra resposta europeia...

Beijos

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A lenda


Estamos há mais de 8 meses nestas terras e, até agora, não falamos de um dos símbolos lusitanos. E vocês, deste lado daí, nem notaram... Ou não quiseram nos preocupar com o fato óbvio: escrever sobre o bacalhau!



A pergunta não cala: afinal, bacalhau tem cabeça?! A resposta é surpreendente!

Mas, antes, devo avisar que este texto tem como base nossa experiência gastronômica local e, também, a visita ao museu marítimo de Ílhavo (vale a visita), além duma apresentação sobre o assunto criada por Ney Deluiz (não o conheço...), que meu tio Dario (sem acento na escrita, porém com acento na pronúncia...) nos enviou por email. Portanto, diria eu que em parte das fontes é possível confiar. Na outra, acho que também...

Voltemos. Sim, o bacalhau não só possui cabeça, como possui várias! Explico: existem vários tipos de bacalhau - segundo os entendidos existem 5 espécies! Incrível não!? E nunca havíamos visto a cara deles... Já havia virado "lenda urbana"...

Mas para chegar a isso, antes foi preciso pescá-los. E aí podemos entrar, mesmo que de "raspão", numa das mais bonitas histórias que eu conheci, a dos pescadores.

Os pescadores portugueses lançavam-se aos mares gélidos da Groenlândia e adjacências, chegando até à costa do Canadá (Noruega era fácil demais...) em embarcações que fariam os Grael pensarem 2 vezes antes de subir a bordo. As condições eram MUITO precárias. O navio se dirigia até o ponto escolhido e lançava os pescadores, cada qual num barquinho de 5 metros de comprimento (chamados Dóris), que se distanciavam à procura do bacalhau, e só voltavam cheios. Puxavam os peixes na linha, nada de rede! E, para aqueles que só andam com ar-condicionado do carro ligado, acham que consultavam a previsão do tempo antes de partirem nos seus "botes"?! Muitos não voltavam... Foram anônimos que, pelas condições e por aquilo que representam ao país, são heróis!


O museu marítimo que citei acima é uma contribuição singela à sua memória (acharão bastante informações lá). E preciso citar outro detalhe que contribui para o drama da história: não bastasse as condições de trabalho, em determinada época eles foram explorados até a última gota - sobre isso, transcrevo trecho escrito por Álvaro Garrido (veja a íntegra aqui)

"Com a criação do GANPB, a 23 de Novembro de 1935, velhos
hábitos mudaram. Depois de muitas gerações partirem para os mares da Terra Nova
e da Gronelândia, sempre ansiosos, mas com a confiança de que passariam os
longos meses de campanha no navio a que estavam habituados, entre conhecidos e
sob a orientação de um capitão que, em muitos casos, os tinha escolhido
pessoalmente para a sua tripulação, as regras alteravam-se para essa
campanha."

Enfim, uma história bonita demais.

Aos vencedores, os bacalhaus!!
Beijos

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Alguma coisa pra contar?

São muitas histórias... Muitas não!? Inúmeras!!
Imaginem que no dia 22 recebemos três hóspedes-visitantes que ficarão por 30 dias. Isso mesmo, 30 dias! São minha irmã Renata, o cunhado Varlei e nosso sobinho, João Pedro. Entretanto, quando eles decidiram viajar e fecharam a data, já tínhamos previsto receber entre os dias 02 ao dia 07 de outubro um casal de amigos - o Thiago e a Camila - que viriam de São Paulo para ficar conosco uns dias e... tivemos que "despachar" a família pra outro canto enquanto trocávamos as roupas de cama e banho.
Ufa!
Nestes 14 dias, foram muitas as histórias e as aventuras que vivemos em Lisboa, Carcavelos, Oeiras, Cascais, Ponte de Lima, Valença, Santiago de Compostela, La Coruña, Tomar, Óbidos, Sintra, Fátima...
São jeitos, gostos, interesses, vontades que nos fazem curtir estes momentos junto de gente que a gente conhece.
Estamos nos organizando com fotos, vídeos e muitas histórias, MAS MUITAS MESMO!, para partilhar com vocês!
Aguardem!!
Bjs, Claudinha