Já falamos sobre nosso período na Itália algumas vezes neste blog, mas foram tantas as histórias! Acabamos esquecendo de publicar algumas boas. C'est la vie... Mas, ontem lembrei-me de uma. Vamos a ela:
Estávamos, eu e meu amor, em viagem pelo país da bota, nos meses de verão. Havíamos desfrutado da hospitalidade (e que hospitalidade!) de nossos amigos, que abriram sua casa para nós (loucos?!). Tranquilos, nos encaminhávamos para outra cidade - Bari - para o encontro que a Cláudia teria com o Prof. Ponzio. O meio para o deslocamento: avião. Razões: o custo total era mais baixo; a casa de nossos amigos fica ao lado do aeroporto de Bergamo. Decisão fácil...
Aqui na Europa, as companhias aéreas "low-cost" (de baixo custo) são uma febre - o que deverá acontecer no Brasil em pouco tempo. E, claro, nós iríamos em uma delas, a Ryanair. Para utilizá-las, é necessário certo cuidado e atenção, pois, sendo a margem de lucro apertada, imaginem o que fazem para ganhar dinheiro!? Cobram pela bagagem (de graça só uma malinha de mão, e de até 10Kg), pelo lanchinho, vendem quinquilharias durante o voo, vendem prioridade na fila (não há assento marcado - é de quem chegar primeiro). Enfim, é o preço que se paga (literalmente). Digo tudo isso, para que entendam o que se passou abaixo.
Aguardávamos nossa vez de despachar a mala, no saguão do aeroporto, totalmente lotado. Quando na fila à nossa esquerda:
- Próximo por favor - diz o atendente.
- Esta é minha mala, disse a passageira.
- Ela excede o tamanho e o peso permitido. A senhora tem de pagar para levá-la.
- Como assim? Ninguém avisou nada.
- Está tudo no site, onde a senhora comprou a passagem.
- Eu não li nada.
Sem querer perder tempo, e já mais que acostumado com a situação, ele lança:
- Senhora, é simples: quer levar a mala, pague. Caso contrário, não leva. Próximo da fila, por favor!
Aí, ela entrou em desespero. Não só pela situação, mas pelo valor cobrado (mais caro que a passagem). Cedendo seu lugar na fila, pois fora empurrada por outra pessoa da cia (os funcionários desta cia - Ryanair - são menos simpáticos que de outras), começou a tagarelar sozinha, ao lado do balcão. Não sei o que se passou, mas, como se uma "luz" caísse sobre ela, se calou, abaixou e...
Depois de se abaixar, perdemos ela de vista. O salão de check-in estava abarrotado, e ainda haviam várias pessoas entre nós. Algum tempo se passou, e nossa fila andando. Era quase nossa vez, quando, do meio da multidão ao lado, surge um ser gigante de gordo! Uma pera ambulante! Era nossa protagonista, exibindo sua estratégia: ela abriu a mala, pegou todas as roupas, e vestiu-as!!! Ficou imensa!
Aí, vocês perguntariam: deu certo? E, nós, responderíamos: sim, deu!! Não há nada nas regras da Ryanair que não permita isso. Ou seja, tiveram de engolir esta estratégia sui generis! Eu e Cláudia nos olhamos e mal contemos a risada (na realidade rimos mesmo...). Mas ela resolveu seu problema, é isso que interessava...
Ela ficou parecida com isso:
fonte: notícias r7 (este link, acessado em 28.out.2010)
Depois dessa, compramos uma balança. Não gosto de me fantasiar de pera todas as vezes que viajo...
Beijo
3 comentários:
Adorei Fábio!!!
Atitude é o que vale, por preço e respeito....
Não pode não esquecer essas "pipocas" porque elas tbm são, e muito, pedagógicas...
Abração,
Gui.
FALA FABIÃO... QUE RACIOCÍNIO O DA MULHER, HEIN. A UNICA COISA QUE ME PREOCUPA É O CALOR QUE A TAL PASSOU.
ABRAÇO
MARCOS
AMEI!!!
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