O texto abaixo não tem nada a ver com o momento atual. Muito pelo contrário. Até o tema é excêntrico, dado o motivo deste blog. Então, por que colocá-lo?
É que estava fuçando meus arquivos e encontrei ele, escrito à época da Copa do mundo. Mostra um pouco da visão futebolística daqui, e o que isso pode causar num brasileiro (eu, no caso). Não publiquei, porque achei exatamente o que escrevi acima. Mas, como agora faz parte de uma seleção "vintage" (tá na moda o termo, não?!), quis dividir com vocês...
Beijos
"Sem título - em 18/06/2010
por Fabio
Desculpem meter minha colher onde não deveria, mas, não consigo ficar calado. Tenho acompanhando todos os jogos desta copa, e estou impressionado com o que está acontecendo! Os favoritos estão deixando os apostadores de cabelos-em-pé (e bolsos vazios)!!
Escrevo este texto, no momento em que a Inglaterra, berço deste esporte, acaba de empatar com a “temida” Argélia em 0 x 0. Hoje, pela manhã, tivemos a derrota da Alemanha para a Sérvia. Ontem, a França perdeu para o México. E assim por diante... E, como se não fosse suficiente, esta copa tem a pior média de gols de TODAS! O que está acontecendo??
Desde sempre (como meus amigos portugueses gostam de falar), camisa nunca ganhou jogo. O que ganha jogo tem nome e, às vezes, sobrenome: Gol, às vezes bonito. Exceto isso, nada mais (a não ser em torneios-início da várzea, onde o nº de escanteios também conta, em caso de empate...). Nós, brasileiros, mais “espertos” que os demais, fazemos (ou fazíamos) de tudo para golear. O que valia, ao final, era ter mais gols pró do que contra. Porém, em terras distantes, onde a ciência-tecnocrata existe antes da criação do mundo, o futebol-arte começou a ser dizimado, em nome da vitória-a-qualquer-custo. Por quê? Porquê não têm jogadores de futebol na mesma quantidade/qualidade que nós temos. Daí, para um “cientista-meia-boca” chegar à conclusão de que teriam que “inventar” um esquema-tático com uma defesa INTRANSPONÍVEL, foi um passo. Ou melhor, um estalo (mais rápido que um passo)! O resto, já é sabido: como tudo o que é de fora é melhor, TODOS os times/seleções começaram a copiar este “bendito” esquema (qualquer que seja ele: 4-4-2; 3-5-2; 4-2-2-2; dá até para jogar bingo com a família...).
Estas técnicas avançadas de “futebolização” já estão mais do que disseminadas. Quem não as conhece, é só correr para a banca mais próxima e comprar seu exemplar (autografado pelo autor - digitalmente, é claro). Todo mundo sabe qual a receita de bolo. E, portanto, todo mundo está fazendo a MESMA coisa! Virou um check-list: condição física dos atletas: ok; treino tático: ok; treino técnico: ok; preleção: ok. E assim por diante... Resultado: COLOCARAM OS JOGADORES DE FUTEBOL DENTRO DE UMA CAIXA. Se sair, não serve! É simples, tá no livro...
Mas, eis que surge uma luz!! Um clarão nesta noite, que dura mais do que deve... Em recente post em seu blog, Paulo Vinícius Coelho – o PVC - foi mais uma vez MUITO feliz ao lembrar que “o antídoto contra as fortes retrancas” é o drible!! Sim, ele, o drible! Primogênito do Futebol-arte! Como podia, eu, ter esquecido! É mais do que óbvio! As defesas estão preparadas para jogadas coletivas, algumas já conhecidas. Porém, não há como se preparar para o drible. Sua essência aniquila a tentativa de se defender! E deixa o jogo muito mais agradável de ser visto. Ou alguém prefere ficar adivinhando qual esquema tático daquele time, e o que o outro poderia alterar no seu para furá-lo?
Viva o Futebol-arte!! Obrigado PVC, por me lembrar que o drible ainda tem (e terá) espaço neste esporte! Só que precisamos divulgar isso o mais rápido possível, pois corremos o perigo de que os “cientistas-tecnocratas” se apoderem deste conhecimento, e comecem a fazer dinheiro com isso. Quanto a todo mundo copiar este “esquema”, não tenho preocupação. MUITO pelo contrário! Acho que o futebol-arte também não tem...
Abraços"
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