A gente conta, mas tem quem desconfie... De qualquer jeito, temos mais um "causo" para agregar à nossa coleção de pessoas simpáticas a alegres daqui...
Hoje, voltando de Lisboa para casa, decidimos almoçar no Cais do Sodré, onde há um restaurante bom e barato. Entramos, escolhemos o prato (carne de vitela com cenoura - o nosso picadinho) e perguntei à Cláudia: que tal um vinho? Aceitou a sugestão, e lá fomos nós procurar uma mesa.
- Aqui está bom, sem muito vento.
- Perfeito!
Servi vinho para a Cláudia e, assim que acabei de colocar em minha taça, ouço ao nosso lado:
- Um brinde! Saúde!
Nem pensamos, erguemos nossas taças e:
- Um brinde!
Um casal de senhores, que acabavam também de servir-se com o vinho, foram os responsáveis pelo gesto.
Simpático? Muito mais que isso!
Minutos depois, com o almoço já acabado (nós e eles), o senhor levanta-se e vai até o interior do restaurante. Ela, ao contrário, veio até nós. E foi aí que soubemos um pouco da história deles: ela, viúva, namora com ele há 5 anos. Ele, poeta (e acho que viúvo), namora ela há cinco também... Os dois, mais de setenta anos!! E parecem um casal de jovens, trocando abraços e carinhos sinceros... Ela ainda nos confessou que, depois de vinte anos sem um companheiro, o filho dela - único, casado, 51 anos - quis conhecer o "Dom Juan". Segundo consta, aprovou...
O senhor retornou com o café que comprara. Trocamos mais algumas palavras e foram à mesa deles, bem ao lado. Tomaram o café e, assim que se levantaram para irem embora, vieram a nós e, mais que gentilmente, nos entregaram uma poesia. Detalhe: escrita à máquina de escrever (elétrica!), com trabalho de colagem ao lado.
Nos despedimos com mais do que votos de saúde e prosperidade!
Prova, mais uma, da força que temos dentro da gente... Afinal, nos é inerente o amor!
Eis a transcriação da poesia e, mais abaixo, a foto do presente:
"Um Nascimento que marcou a Humanidade
Três Reis,
Por celestial luz
Encantados,
Montaram em seus camelos e,
Divinalmente guiados,
A um modesto estábulo,
Chegaram e,
Ficaram maravilhados,
Tinha nascido um menino,
Cuja concepção
Rodeada de mistério
Divinal
Ficaria na história universal.
Nascera JESUS CRISTO!
Nascera o NATAL!
Menino que bem cedo na vida,
Falaria de sentimentos
Que naquela época
Não era habitual.
Pregou o AMOR AO PRÓXIMO!
A IGUALDADE! A JUSTIÇA!
O CULTA DA VERDADE!
A PUREZA NA HONESTIDADE!
Passados anos, séculos,
Ó ingrata humanidade!
Se fossem cumpridos
Tais preceitos sagrados,
Hoje!
Teríamos um mundo
De seres humanos iluminados!
JESUS CRISTO
DIRIA: MEUS ABENÇOADOS FADOS!!!
Júlio Viegas
Natal, 2010"
Um comentário:
Clau e Fábio,
Que história mais linda! Fiquei emocionada!
Que esse gesto e as palavras do poeta nos inspirem para um Natal e um Ano Novo com mais ternura e delicadeza.
Beijos com saudades,
Re
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