sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O que é Natal?

A gente conta, mas tem quem desconfie... De qualquer jeito, temos mais um "causo" para agregar à nossa coleção de pessoas simpáticas a alegres daqui...

Hoje, voltando de Lisboa para casa, decidimos almoçar no Cais do Sodré, onde há um restaurante bom e barato. Entramos, escolhemos o prato (carne de vitela com cenoura - o nosso picadinho) e perguntei à Cláudia: que tal um vinho? Aceitou a sugestão, e lá fomos nós procurar uma mesa.

- Aqui está bom, sem muito vento.
- Perfeito!

Servi vinho para a Cláudia e, assim que acabei de colocar em minha taça, ouço ao nosso lado:

- Um brinde! Saúde!

Nem pensamos, erguemos nossas taças e:
- Um brinde!


Um casal de senhores, que acabavam também de servir-se com o vinho, foram os responsáveis pelo gesto.

Simpático? Muito mais que isso!

Minutos depois, com o almoço já acabado (nós e eles), o senhor levanta-se e vai até o interior do restaurante. Ela, ao contrário, veio até nós. E foi aí que soubemos um pouco da história deles: ela, viúva, namora com ele há 5 anos. Ele, poeta (e acho que viúvo), namora ela há cinco também... Os dois, mais de setenta anos!! E parecem um casal de jovens, trocando abraços e carinhos sinceros... Ela ainda nos confessou que, depois de vinte anos sem um companheiro, o filho dela - único, casado, 51 anos - quis conhecer o "Dom Juan". Segundo consta, aprovou...

O senhor retornou com o café que comprara. Trocamos mais algumas palavras e foram à mesa deles, bem ao lado. Tomaram o café e, assim que se levantaram para irem embora, vieram a nós e, mais que gentilmente, nos entregaram uma poesia. Detalhe: escrita à máquina de escrever (elétrica!), com trabalho de colagem ao lado.

Nos despedimos com mais do que votos de saúde e prosperidade!

Prova, mais uma, da força que temos dentro da gente... Afinal, nos é inerente o amor!


Eis a transcriação da poesia e, mais abaixo, a foto do presente:


"Um Nascimento que marcou a Humanidade

Três Reis,
Por celestial luz
Encantados,
Montaram em seus camelos e,
Divinalmente guiados,
A um modesto estábulo,
Chegaram e,
Ficaram maravilhados,
Tinha nascido um menino,
Cuja concepção
Rodeada de mistério
Divinal
Ficaria na história universal.
Nascera JESUS CRISTO!
Nascera o NATAL!
Menino que bem cedo na vida,
Falaria de sentimentos
Que naquela época
Não era habitual.
Pregou o AMOR AO PRÓXIMO!
A IGUALDADE! A JUSTIÇA!
O CULTA DA VERDADE!
A PUREZA NA HONESTIDADE!
Passados anos, séculos,
Ó ingrata humanidade!
Se fossem cumpridos
Tais preceitos sagrados,
Hoje!
Teríamos um mundo
De seres humanos iluminados!
JESUS CRISTO
DIRIA: MEUS ABENÇOADOS FADOS!!!


Júlio Viegas
Natal, 2010"


Um comentário:

Renata disse...

Clau e Fábio,

Que história mais linda! Fiquei emocionada!
Que esse gesto e as palavras do poeta nos inspirem para um Natal e um Ano Novo com mais ternura e delicadeza.

Beijos com saudades,

Re