Do alto de nosso cafofo na Sicília – sim, estávamos bem alto! – conseguíamos ter uma linda vista da orla marítima, bem como do bairro ao redor. Estávamos no último andar do maior prédio da redondeza, no meio do quarteirão. Melhor posição não há, inclusive para tomar vento... Mas, até chegar a ser habitável, este último andar teve seus dias de “inospitabilidade” (qualquer que seja o sentido disso). Na realidade, ele já foi tão árido quanto um trecho de deserto, e tão quente como tal.
Explico: o apartamento dos pais do Gu, em Porto Empédocle, dá direito à utilização do solário. Em outras palavras, eles têm posse do último andar do prédio, além do apartamento em si. E é uma bela área de 140 m2! No início, como disse, era inabitável: não tinha cobertura, nem nenhuma facilidade. Mas, hoje o cenário é totalmente diferente. O lugar é o mais requisitado da casa! Seu Alfonso (ou Afonso. Corrija-me Gu!) com muito bom gosto, muita paciência e com muita habilidade manual, construiu um cantinho MAIS do que agradável: uma varanda de 70m2 (!), com direito, ainda, a um apartamento com cozinha, sala, cama de casal, ducha, um vaso sanitário a “céu aberto” e todos os apetrechos. Além disso, instalou duas redes de descanso. Enfim, um cantinho para descansar e admirar a vista. E, para aqueles que gostam de reparar na arquitetura local (meu caso), era um prato cheio! Com a ajuda do Gu então, que conhece muito bem a região, foi um espetáculo! E porque espetáculo? Confiram o diálogo:
- Gu, e aquela casa enorme ali?
- Enorme? Você não viu o que era antes! Na realidade, tá vendo aquela porta e janela? Então, era só aquilo. Daí, o filho mais velho casou e adivinha?
- Aumentaram a casa?
- Isso
- O resto é fácil de imaginar...
E não era a única casa nestes moldes. Imaginem que, naquelas bandas (arrisco dizer que por toda a Sicília) é normal as famílias morarem nas mesmas casas. Qualquer cantinho serve. Qualquer cantinho MESMO!
- Tá vendo aquele apartamento ali? Reparou alguma coisa estranha em relação aos outros?
- É. Tem um cômodo mais avançado para a rua – disse eu
- Pois é. O dono fez uma sacada, de início. Sem consultar ninguém, é claro... Depois, como nenhuma pessoa falou nada, acabou por levantar três paredes e fechou. Virou um quarto!
- Isso é legal? Digo, no sentido das leis.
- Legal? Só se for engraçado...
- Caramba!
- Tem um caso famoso por aqui. Um ilustre – que de ilustre não tem nada – resolveu fazer a mesma coisa. Só que havia um poste na calçada, atrapalhando a construção da sacada. Sabe o que ele fez?
- Arrancou o poste?
- Não. Ele construiu em torno dele!! A sacada (depois, óbvio, virou um quarto) tem um poste no meio!
Imaginem ter um poste no meio do quarto/sacada (ou seja lá o que for...). A pergunta que fiz ao Gu foi: ele instalou um interruptor para desligar a luz do poste, para dormir no escuro? Não sei por que, mas ele ficou mudo e não me respondeu...
Beijos
Um comentário:
Imgina que cara o Gu ia fazer se você perguntasse se a ideia da construcao era dancar no poste (pole dance)?!!
Hehe
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