sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sobre o motivo que nos trouxe até aqui...

Realizar um estágio de 'doutoramento' na Universidade de Lisboa é o que me mobilizou a deixar o Brasil - a família, os amigos e nossa casa - por um ano.

"Mas, por quê você escolheu vir para cá?", foi a pergunta que ouvi de uma brasileira que nos atendeu em um café em Lisboa, ao responder à pergunta se tínhamos vindo a turismo ou trabalho. Respondi: para estudo.

A Universidade Portuguesa tem sua origem datada em 1288 e até 1537 a sede variou entre estabelecer-se em Lisboa e em Coimbra. A partir de 1537, transferiu-se definitivamente para Coimbra. Somente em 1980 foi criada a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, em Lisboa. Em 2009/2010 (o ano letivo nas universidades européias inicia-se em setembro e encerra em junho) foi criado o Instituto de Educação, tornando-se nova unidade orgânica de ensino e investigação (se quiser conhecer mais, acesse http://www.ie.ul.pt/).

Com pouco tempo de história como Ciência/Instituto de Educação, mas com muita história de formação docente ao longo de séculos de existência, na Universidade de Lisboa encontra-se um grupo de pesquisadores que investiga a formação de professores - meu foco de estudo - e tem uma relevante produção científica na perspectiva de formação articulada com a escola.

É esta a razão que me fez vir até aqui.

Além do mais, a experiência de viver em outro país, conviver com outra cultura, dialogar com outras/novas pessoas e aprender/experienciar para ampliar meu repertório cultural, são outras motivações que vieram junto.

Precisa de algo mais?

(este foi postado por Cláudia!)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Domingo é dia de...

Pois é, domingo é dia de... Recolher a roupa que estava (ou está ainda) molhada da chuva de ontem. De desmarcar visita à Sintra, porque a chuva não dá trégua. De ficar olhando para o céu, e ver se dá para sair um pouco de casa. Enfim, domingo é dia de esperar. Ou pelo final da chuva (não aguento mais), ou pela segunda-feira, que já bate à porta.

Porém, vi surgir uma luz no final da manhã. E essa luz era do Sol! Do Sol!!! Ele ainda está lá! Será que dá para arriscar? Dividi a dúvida com a Cláudia, e decidimos dar uma volta. O destino já havia sido combinado: Mosteiro dos Jerónimos. Trata-se de uma das mais espetaculares edificações de Portugal, com mais de 500 anos de história, e ponto maior da arquitetura manuelina. É esplêndido. Valeu a visita.

Já do lado de fora, sentados em frente ao prédio, comendo um sandwich de fiambre (presunto para eles) e queijo, procuramos no guia pelos pastéis de Belém. Nem precisava procurar: fica ao lado, cerca de 100 metros. Pois lá fomos e provamo-os. Confesso que não fiquei tão impressionando assim, já que a receita original é o segredo mais bem guardado de Portugal. Esperava mais. Mas, isso foi a minha impressão (a Cláudia gostou, com açúcar e canela em cima...). Provem e depois me contem o que acharam.

No retorno à casa, adivinhem o que aconteceu?! Chouveu... Até rimou... (rrssss)

Vou até o estendal para ver se secaram algumas roupas, pois outras já estão na fila...

Beijos

Algumas histórias para contar


Neste sábado, alguns amigos brasileiros que "cá estão" fizeram um bota-fora, quer dizer, comemoraram o final do "estágio" deles aqui em Portugal. O lugar de encontro foi a Cervejaria Trindade, que é a mais antiga cervejaria de Portugal: desde 1837. O atual edifício fora sede d'um convento - o da Santíssima Trindade, e remonta à 1294!!! Você é servido dentro do que era o refeitório. Simplesmente sensacional!!! De cervejaria, no conceito brasileiro do termo, não tem muito, já que está mais para um restaurante. Aproveitamos, portanto, para nos refestelar com um excelente bacalhau (à São Bráz) e um omelete com queijo. Resultado: ficamos com vontade de voltar...
Não bastasse a história acima que, se colocada em pormenores com as piadas, conversas, dicas e outros tantos assuntos discutidos no salão, duraria muitas linhas, temos outra: a da chuva. Ou melhor, do DILÚVIO. Pela "primeira vez"*, choveu aqui. CHOVEU!! Não é possível, São Pedro deve ter "perdido a mão" ou, caso contrário, desidratou o céu inteiro! Só ontem, devem ter caído uns 2 metros de chuva (rssss)... Adivinhem a hora que a chuva despencou!? Detalhes importantes: nem eu nem Cláudia temos carro; e a estação de metro fica +ou- 1Km. Preciso continuar a contar?! Vou aproveitar que vocês já adivinharam o que aconteceu, e acabar de estender a roupa...
Beijos

* "primeira vez" naquela hora do dia... porque 'cá', no inverno, chove TODOS OS DIAS!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Nossa vida quase normal

Começamos a estabelecer um padrão "normal" no dia-a-dia. A Cláudia consegue estudar bastante e eu consigo dar cabo de meus projetos da consultoria, além de, é claro, abastecer este blog. Desde ontem ela está participando de um Congresso na Universidade de Lisboa que toma o dia todo. Isso irá até sábado.
Hoje, aproveitei uma "janela" no período da manhã para conhecer o centro de treinamento do Jamor, que fica bem próximo de casa. É simplesmene sensacional! É um centro Olímpico, onde treinam atletas de alto-rendimento, do futebol de campo ao golfe, passando por canoagem, rugbi, hockei sobre patins, atletismo, natação e tênis. Neste último, tenho que dar o braço a torcer: a estrutura é magnífica! Possui 25 quadras descobertas de saibro, além de 6 cobertas de piso rápido. Aliás, é aqui que se realiza o aberto de Estoril, torneio que contará com a participação de Federer e de Davydenko (é claro que já comprei minhas entradas!!). Conversei com parte do Staff e descobri que o chefe deles é brasileiro!! Incrível, nós vamos dominar o mundo (ou dividir com a chineses...). Outro ponto que impressiona neste centro é o paisagismo: todo canteiro, caminho, árvore ou planta está impecavelmente cuidado. O lugar é maravilhoso! Não sei se no Brasil há uma estrutura como essa. Fiquei com inveja... Mais legal ainda é que qualquer um pode jogar lá. Basta agendar horário. É claro que se paga, mas não é um absurdo (5,50 euros por hora nas quadras abertas).
Beijos.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Momento da decisão

Deixamos de ser sem-teto-fixo. Agora, somos com-teto-fixo. Viva! Esta foto marca o momento da decisão, às 23:30, na paragem de comboio de Carcavelos. Atrás da foto estamos eu e Cláudia (rrssss). Posted by Picasa

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Procurando Imóveis 2 - "a missão"

Confesso que ficamos abatidos depois de ontem. Estamos há algum tempo procurando morada e, até agora, nada. Pior: o tempo está acabando - o dinheiro do hotel está contado e restam só mais 4 dias. Se nada der certo, teremos de ir para um quarto.
De qualquer forma, a noite de ontem foi útil para uma coisa: concordamos em explorar regiões próximas à Lisboa como, por exemplo, Oeiras. Uma rápida procura pela internet já nos trouxe algumas opções por lá. Entramos em contato e conseguimos agendar apenas uma, em Carcavelos. As demais, ou já estavam arrendadas ou não era possível marcar visita para esta semana. “Luz amarela”: parece que não conseguiremos um local fixo no prazo. Precisamos de mais tempo. Hora do plano B: procurar por um quarto. Nessas horas, é necessário recorrer aos amigos: pedimos a uma brasileira o contato do quarto que morara e que, segundo ela, é limpinho, bem localizado e com bom preço. Conversamos com a dona da casa para passarmos por lá amanhã de manhã. Estava decidido: passaríamos um mês neste quarto, tempo suficiente para acharmos nossa residência definitiva.
À tarde, depois dos telefonemas, do almoço “não-sei-aonde”, (com certeza nada acima de 5 euros), fomos à Oeiras junto com a Adriana, nossa amiga que mora por lá. O lugar é muito bonito: o centro histórico exibe uma arquitetura típica da Itália (ruas estreitas, casas grudadas, paredes em tons pastel, janelas esguias). Enfim, gostamos do que vimos. Como Carcavelos é vizinha à Oeiras, ficaríamos com a Adriana conhecendo um pouco mais da “vila”. Partiríamos 30 minutos antes.
No caminho para o encontro, nossa expectativa não era das maiores. Apesar de termos nos encantado com a vizinha Oeiras, Carcavelos não fora bem recomendada pelo guia: “lugar de operários”. Descemos na paragem (estação) Carcavelos do comboio (trem), saímos e perguntamos sobre a Quinta do Barão. Seria fácil chegar, mesmo a pé (nosso caso, sempre). Estávamos atrasados em 10 minutos e seguimos rapidamente. Já estava escuro, ninguém nas ruas, todo comércio fechado. Uma garoa fina acabara de molhar o asfalto. Só nós “passeando” por Carcavelos (pelo menos, essa era a sensação). À medida que deixamos a paragem do comboio para trás, começamos a reparar no casario, nas fachadas, na arquitetura local. Em nosso primeiro contato com a cidade, nada nos pareceu ser aquela uma “vila” de operários. Muito pelo contrário: em todas as ruas havia casas enormes (coisa que em Lisboa nem se sonha), jardins bem cuidados, ruas limpas, prédios (não mais que 3 andares) muito bem construídos e de linhas elegantes. As surpresas, excelentes, se repetiam: cheiro de lenha queimando na lareira; uma pizzaria charmosa; cheiro de incenso. Assim foi até chegarmos ao endereço. Ou melhor, de sermos “resgatados” pela Maria José (proprietária), já que tínhamos nos perdido. Da mesma forma que a cidade, tanto a proprietária quanto o apartamento nos surpreenderam. Não precisamos procurar mais. Achamos nosso lugar!

Procurando Imóveis

Hoje, novamente, iniciamos nossa caça ao imóvel... Ontem à noite marcarmos uma visita no bairro de Pontinha: trata-se de um bairro limítrofe entre Lisboa e a cidade de Odivelas. Fomos de metro, e depois a pé. A primeira impressão não foi lá essas coisas: muita gente “à toa” nas ruas, coisa que não percebemos nos demais bairros, e um ar de subúrbio. A luz amarela acendeu... Como estávamos adiantados para o encontro, demos uma “espiadela” no bairro. É engraçado quando se está numa região não frequentada por turistas, e se é um turista... Aproximando-se a hora marcada, ficamos em frente ao prediozinho, aguardando. Foi coisa de 5 minutos: na nossa chegada, havia apenas uma senhora na janela; depois outra, outra e outro. Todos já deviam saber que dois forasteiros estavam por lá e, é claro, todos curiosos. Foi engraçado. Até que, após 25 minutos de espera, d’uma janela no 2º andar surge uma senhora que nos convida a entrar: ela já estava lá e nos fez esperar. Coisas de Marias e Joaquins... Já estamos quase acostumados.
Apesar da freguesia, o apartamento do 2º andar, número 822, estava um brinco: recém reformado, com todos os móveis, utensílios e apetrechos, incluindo TV à cabo, sofá-cama, ar-condicionado, toalhas de mesa, banho etc. Típica casa de vovó! E era mesmo, que morreu em dezembro (fiquei com receio de perguntar se fora ali mesmo). Ficamos em dúvida: já havíamos decidido que ali não seria, mas o apartamento nos fez repensar. Ele poderia estar em outra freguesia. Um aviso da proprietária nos fez voltar à realidade: “não abram esta janela, pois é possível que subam por fora e entrem. Nunca aconteceu, mas, quem sabe.”
Havia ainda uma 2ª visita agendada hoje. Esta foi indicação de um dono de imobiliária. A freguesia é a de Benfica, local que adoramos na primeira visita, só que não possui móveis. De qualquer forma, fomos visitar, pois o proprietário se comprometeu a deixar, pelo menos, cama, fogão e máquina de lavar. E só. O resto, ou seja, praticamente tudo, precisaríamos comprar. A localização é mais que excelente: em frente a uma praça toda rodeada por apartamentos. Dúvida novamente: aquele apartamento da freguesia horrível poderia ser neste local maravilhoso. Mas, quem sabe o que nos aguarda? Combinamos o seguinte com o corretor da imobiliária: vamos calcular quanto gastamos com os apetrechos e móveis da casa e amanhã daremos a resposta. “O IKEA é o lugar com melhores preços que encontrarão”, disse o corretor. E era mesmo, pois fomos lá comprovar. Mas, mesmo assim, para montar a casa gastaríamos por volta de EUR 500!!!! Sem chance. Amanhã, adivinha a resposta: não iremos arrendar.
Placar: Imóveis 28 x 0 Cláudia e Fabio