Morar em um outro país, conviver com outra cultura é algo - para mim - muito estimulante! Sinto-me com vontade de explorar cada coisa, de conhecer o que não é o comercial e convencional, comer naquele lugar x ou y, conhecer a arte local, conversar com as pessoas nativas em um café (nos centenas de cafés que existem 'cá'), caminhar pelas ruas, sentir os cheiros, degustar as comidas típicas... enfim, viver intensamente a experiência de estar estrangeira neste lugar.
Entretanto, batalhamos também com os imprevistos e/ou com os previstos de outro modo que não aquele que planejamos.
Há a saudade, que amenizamos com o Skype.
Há a vontade de comer determinadas comidas 'de casa', mas que também amenizamos procurando algo parecido...
Há a vontade de beijar e abraçar a família -pais, irmãs, cunhados, os sobrinhos, a sobrinha - e os amigos queridos. Esta ficamos na vontade.
Há vontade de ir à minha manicure/pedicure e à minha depiladora tal como na vida no Brasil, mas contorno com meus próprios dotes (imaginem só!!).
Há ainda, momentos de dúvida sobre que decisão tomar e o que fazer diante de situações-conflito como as duas que vivemos - eu e Fabio - nesta semana:
- a primeira (já contada pelo Fabio no texto anterior), a descoberta de que tenho que pagar o que chamam "propina" na Universidade para que minha inscrição se efetive e eu, de fato, seja uma aluna de doutoramento intercalar no programa de Doutoramento daqui: pagamos? não pagamos? tentamos negociar? pedimos ajuda "aos universitários"? ignoramos a história já que não sabíamos da existência disto?;
- a segunda, a descoberta que o SNS - Sistema Nacional de Saúde - daqui (equivalente ao nosso INSS no Brasil) não faz nenhum tipo de atendimento de estomatologista (o que no Brasil chamamos "dentista") em um dia que acordo com dor no dente e preciso ser atendida de urgência: acionamos o seguro? ligamos para o dentista no Brasil para saber se há alguém pra indicar aqui? batemos à porta de algum profissional? pedimos ajuda "aos universitários"?
Felizmente, depois que passa a situação podemos contar que solução demos, pois, em geral, já a resolvemos. Mas... até que passe, há sofrimento, dor, vontade de querer 'pular' esta parte...
Sobre a propina? Aguardemos as cenas descritas nos próximos textos...
Sobre o estomatologista? Por indicação de um amigo que fizemos aqui, fomos à dentista da esposa dele, na freguesia vizinha à nossa - Oeiras. A dentista é brasileira, fez um excelente atendimento, medicou-me e pagamos 20 EUR - e agora já estou com bem menos dor.
(Postado por Cláudia)
2 comentários:
Puxa vida, que chato isso. Eu sei bem como é isso, pois lá nos EUA também descobri que não tínhamos plano de saúde e que embora a 3M nos reembolsasse, teríamos que arcar com as despesas e depois pedir reembolso. Óbvio que o câmbio nunca me ajudava. Toda vez que o reembolso era feito, o câmbio me desfavorecia e o valor reembolsado era menor que o desembolsado. Que bom que resolveu sobre o dentista e dos males, o menos pior.
E sim, tente negociar a "propina".
Beijos,
Douglas
Putz! Estas chatices da vida são mesmo muito desestimulantes de serem encaradas, mas depois viram alvo de boas estórias... Mesmo com todo o planejamento, sempre surgem imprevistos e aí é manter a cabeça fresca para achar a melhor solução...
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